DÍZIMO? NUNCA NINGUÉM ATÉ HOJE O PRATICOU!!!!! POR QUE? VEJA:
DÍZIMO
(Ma’aser):
dízimo.
A raiz hebraica (‘sr)
tem relação com o verbo árabe ‘ashara, “formar uma comunidade”, “construir um
grupo” e com os substantivos árabes ‘ashririrat(un) [este “un”, está na
parte superior em minúsculo da própria palavra], “tribo”, e ma’shar(un),
“assembléia”. Provavelmente em virtude dos dez dedos, o desenvolvimento
semântico foi o de que ‘dez’ equivale a uma “coleção”, “união”. Por conseguinte,
“dez” em árabe é ‘ashr(un); em
ugarítico, ‘sr I ; em acadiano, esru; em aramaico bíblico,
‘asar.
No AT o conceito de dízimo e de
considerável importância para a teologia do próprio AT. Como nos casos de
circuncisão (embora a circuncisão de criancinhas não seja documentada fora de
Yisrael), sacrifícios, restrições alimentares e coisas do gênero, dar o dízimo
não era algo restrito a Yisrael no antigo Oriente Médio. Isso ocorria entre os
egípcios e também entre os mesopotâmios (vejam-se, e.g., citações da literatura
acadiana acerca de dízimos pagos a deuses ou a templos, em CAD, v. 4, p.
369). O dízimo também não foi introduzido em Yisrael pela lei mosaica. Abrão deu
o dízimo de seus despojos de guerra a Melquisedeque após dele receber uma bênção
sacerdotal (Gn 14,20; cf. Hb 7, especialmente o v. 4), e em Betel Ya’akov (Jacó)
fez o voto de dar um dízimo ao ‘Ulhím (ao ETERNO), depois de ter o sonho de uma
escada que levava até a presença de YHVH -Yahu (Gn 28,22).
É no entanto, no código mosaico que
conteúdo e forma são dados ao princípio do dízimo. Conforme observado por
J.G.S.S. Thompson (NBD, p. 1 284), os três núcleos de instruções na Tanakh –
Torá servem para responder a três perguntas básicas acerca do dízimo:
1) “DE QUÊ?”; 2) “A
QUEM?”; e 3)
“ONDE?”
A primeira pergunta,
“DE QUE SE DEVE DAR DÍZIMO”, é respondida no último parágrafo de Levítico 27
(vv. 30-34). Nessa passagem importante, num contexto aparentemente suplementar
do livro, o alcance do dízimo é apresentado em termos mais amplos possíveis e de
um modo perfeitamente apropriado a uma economia agrícola. Todo o
dízimo da terra pertence a YHVH – Yahu. Isso, sem exceção, plantas e animais.
Ademais, o dízimo não deve ser confundido com a oferta das primícias (Êx
22,29-30 [28-29]; veja-se EICHRODT, Theology of the Old Testament, v. 1, p. 153)
nem deve ser dado parcialmente (guardando o melhor para si). Acerca de animais,
por exemplo, à medida que iam deixando o aprisco, o criador, devia simplesmente
ir contando até dez e considerar que o décimo animal pertencia a
YHVH – Yahu. Um
lavrador podia querer transformar seu dízimo agrícola em dinheiro (para
facilitar o transporte do dízimo), mas devia acrescentar um quinto ao valor,
para evitar ter vantagem financeira nessa troca por dinheiro. No entanto, o
criador não podia fazer tal troca com seus animais. O dízimo resultante era
“SANTO A YHVH – YAHU”
(veja-se qodesh), separado para uso exclusivo pelo Senhor
Yahu!
Uma segunda pergunta a respeito
dos dízimos, “A QUEM DEVEM SER
ENTREGUES?”, é respondida em
Números 18,21-32. Como os levitas não iriam receber uma herança territorial em
Canaã, a recompensa que tinham por servir ao ‘Ulhím (ao ETERNO) era “todos os
dízimos em Yisrael” (18,21). No que diz respeito a eles próprios, os levitas
deviam dar o dízimo daquilo que recebessem (“os dízimos dos dízimos”, 18,26),
que YHVH – Yahu
considerava tão aceitável quanto os CEREAIS DADOS PELOS
LAVRADORES. Esses dízimos dos
levitas eram dados ao sacerdote.
Uma terceira pergunta,
“ONDE OS DÍZIMOS DEVEM SER ENTREGUES?”, é respondida em Deuteronômio 12,1-14 e 14,22-29.
Dízimos e sacrifícios não deviam ser apresentados “em todo lugar que
vires” (12,13), mas “no lugar que o YHVH – Yahu escolher numa das tuas tribos” (12,14). O
local desse santuário central, que posteriormente seria Yarushalayim
(Jerusalém), era o único lugar autorizado para a apresentação de dízimo e
ofertas na nova terra (12,6). Na apresentação desses dízimos e ofertas devia
ocorrer uma refeição sagrada, da qual os levitas deviam participar e que
seria comida com alegria e louvor à esplêndida bênção concedida por
YHVH – Yahu (12,7; cf.
14,23). Caso a distância se revelasse demasiadamente grande, a pessoa podia
transformar o produto da terra em seu equivalente em dinheiro. Em
Deuteronômio 14,28-29 encontram-se normas para a distribuição de dízimos na
própria localidade da pessoa a cada três anos. Neste dízimo dava-se ênfase às
necessidades dos pobres e dos indefesos (cf.
26,12-15).
Tais eram “as leis relativamente
simples do Pentateuco acerca do dízimo” (Thompson). Existem, entretanto, alguns
aspectos complexos a respeito dessas leis
simples.
Um desses aspectos tem que ver com o
número de dízimos que Yisrael devia dar. Alguns lêem a Legislação da Torá sem o
questionamento de que possivelmente havia mais de um dízimo envolvido. H.
Landsdell e outros, especialmente com base em Deuteronômio 14,22-29, comparado
com Levítico e Números, defendem três dízimos: 1) o dízimo a ser dado aos
levitas (14,27; Nm 18); 2) o dízimo para o banquete sagrado (14,22-26); e 3) o
dízimo a cada três anos para os POBRES da própria região (14,28-29).
Landsdell conclui: “Então, ao que parece, a lei mosaica determinava ao
israelita que desse anualmente, ligado à sua prática religiosa, dois dízimos e
que, ao fim de três anos, desse um terceiro dízimo da sua renda” (The tithe
and the Scripture, p. 36; quanto a uma posição contrária, veja-se S. R. DRIVER,
Deuteronomy, no ICC, p. 166-73; M.G. Kline, Treaty of the great king, Eerdmans,
1963, p. 87-8, sustenta que apenas porção do dízimo único ia para a refeição
comunal e que o dízimo para os pobres era um outro emprego para o dízimo anual a
cada terceiro e sexto ano). Dennis Wretlind sustenta que havia dois tipos de
dízimo, um dízimo básico (Lv 27 e Nm 18) e dois dízimos
secundários (Dt 12; 14; 26), cujas finalidades tinham que ver com “a
justiça, a misericórdia e a fé (isto é, a fidelidade)”, citadas por nosso
Senhor YahuShúa em
Mattitiyahu (Mateus): 23,23, ou seja, a justiça aos levitas, a fidelidade ao
‘Ulhím e a
misericórdia com os pobres (tese de mestrado inédita, Financial
stewardship in the New Testament church, Western Baptist Seminary,
1975).
Um segundo aspecto intricado diz
respeito à perversão da legislação sobre o dízimo. Yisrael e o judaísmo
posterior tendiam a, de duas maneiras, distorcer a questão: 1) os
israelitas guardavam a lei com excessiva rigidez, perdendo de vista o propósito
do dízimo, de modo que dar o dízimo passou a ser considerado, nos períodos
intertestamentários e do Novo Testamento, um meio de alcançar misericórdia
divina (cf. Lc 11,42); ou 2) Yisrael negligenciava o dízimo e tornava-se culpado
de roubar ao ‘Ulhím (Ml 3,8-10).
O dízimo no AT deve ser visto por
dois prismas: divino e humano. Do ponto de vista divino, o dízimo jamais teve
como objetivo ser um fardo pesado, ou seja, alguém tem de dar a décima parte
daquilo que ganhar (e.g., Dt 12,12; cf. aquele que “dá com alegria”, 2 Co 9,7).
Tudo aquilo que alguém possui pertence ao ‘Ulhím (acerca disso, veja-se J.
B. PAYNE, the theology of the older Testament, p. 434). A entrega para o uso
divino de uma pequena porção daquilo que alguém, pela graça divina, recebeu, é
um gesto agradecido de submissão e dependência. Em segundo lugar,
o dízimo tem uma dimensão humana ou comunitária. É um aspecto do
inter-relacionamento do povo (‘am) do ‘Ulhím. Os levitas, que estavam a serviço
do ‘Ulhím (do ETERNO) e não em atividades comerciais, eram os beneficiários
diretos dos dízimos (Nm 18,21). Havia, portanto, uma inter-relação entre o
ministério que estes realizavam e o trabalho diário dos
não-levitas. Nesse vínculo
sinergístico havia o lembrete constante de que precisavam uns do outros.
Ademais, os pobres, as viúvas e os órfãos (temas proverbiais
de abando) deviam ser sustentados por meio do dízimo do terceiro ano (Dt
14,29). Eles também, ainda que
indefesos, faziam parte da comunidade (‘am). Os dízimos asseguravam o
bem-estar (cf. o repetido teste da religião verdadeira, o cuidado para com
as viúvas e os órfãos, e.g., Is 1,23; Tg
1,27), um passo importante na
direção de uma sociedade saudável.
‘Eser, ‘asarâ. Dez:
O numeral cardinal “dez” em suas
formas masculina e feminina é encontrado com bastante frequência no texto
hebraico do AT (176 vezes). Apenas ocasionalmente as duas formas do número “dez”
são associadas a outros números (e.g., Gn 50,22, “Yosef (José)... viveu cento e
dez anos”). Nem maior número de vezes essas formas da palavra são empregadas
para designar um grupo que não ultrapassa dez itens, tais como “dez touros” (Gn
32,15 [16]). Nas porções aramaicas do AT, a palavra “dez” é encontrada cinco
vezes (‘asar e ‘asrâ). Conquanto o numeral dez seja usado em diversas listas
importantes, tais como os Dez Mandamentos (literalmente, “dez palavras”, Dt
4,13), não parece haver nenhum significado místico ou simbólico em torno do
número “dez” no AT.
‘Asar, ‘esreh. Dez (só
em combinação com outros números):
Estas são as formas masculina e feminina de “dez” que, associadas aos números
“um” e “nove”, formam os números “onze” a “dezenove”, tanto cardinais quanto
ordinais. Em geral o item numerado, se costumeiramente usado junto com números,
aparece no singular (e.g., “dia”, “mês”, “ano”, etc.); de outro modo, o item
numerado estará no plural. Para formar os números “onze” e “dezenove”, ‘asar e
‘esreh podem vir antes ou depois do outro número. Essas também são formas
bastante comuns no AT hebraico. A forma masculina é encontrada 203 vezes, e a
feminina, 144, sendo que o gênero concorda com o item
numerado.
‘Âsar. Dar o dízimo,
dizimar, dar a décima parte de, tomar a décima parte de, tomar um décimo:
Verbo denominativo de acordo com BDB,
mas não segundo KB (que vê uma forma no qal em lSm 8,15.17; nos demais trechos
bíblicos piel ou hifil). O verbo é empregado em apenas cinco trechos do AT (Gn
28,22, no voto que Ya’akov (Jacó) fez ao ‘Ulhím (ao ETERNO) em (Beit-El) Betel
Dt 14,22, no mandamento divino de dar anualmente o dízimo da produção agrícola;
Dt 26,12, no dízimo, de cada três anos, destinado ao levita e ao pobre; 1 Sm
8,15.17, na advertência de Samuel quanto à política de impostos que
provavelmente seria instituída com a chegada da monarquia; Ne 10,37-38 [38-39],
ao falar de levitas que deveriam coletar os dízimos das regiões rurais). Em
quatro desses trechos, o dar o dízimo é descrito como um ato de adoração ao
‘Ulhím. No outro (1Sm 8,15; 17) emprega-se o verbo, talvez com alguma ironia,
para designar a carga opressiva de impostos cobrados por um rei (uma prática
comum no antigo Oriente Médio).
‘Asôr. Dez, décimo:
Substantivo masculino que significa
“uma dezena”. Em Gênesis 24,55 refere-se a um período de dez dias e em Salmos
33,2, a um instrumento com dez cordas (também Sl 92,3 [4]; 144,9). Nos demais
trechos ‘asôr é usado em fórmulas de datas, “aos dez dias do mês” (Êx 12,3, e em
dez outros trechos).
‘Esrîm. Vinte:
No texto hebraico do AT, o plural de
“dez” tem o sentido de “vinte”; é palavra muito comum, sendo encontrada 315
vezes.
‘Asîrî, ‘asîrîyâ,
‘asîrît. Décimo: A primeira forma é
masculina e as outras duas são femininas do numeral ordinal “décimo”. Tais
formas são empregadas em frases como “décimo dia” (Nm 7,66). As palavras também
são usadas como substantivos (e.g., “um décimo”, i.e., um remanescente, Is 6,13
[ARA, “décima parte”]; ‘um dízimo’ dos rebanhos e do gado, Lv 27,32 [ARA,
“dízimas”]).
‘Issarôn. Décima
parte: Uma medida de quantidade usada
em Êxodo, Levítico e Números em textos sacrificiais (33
vezes).
Ma’aser. Dízimo,
décima parte: Esse é o substantivo
“dízimo”, que tem relação com o verbo ‘asar, “dizimar”. No AT a primeira menção
do dízimo é a oferta de Abrão (Abraão – Avraham) a Malki-Tzedek (Melquisedeque)
[Gn 14,20]. A legislação do dízimo aparece em Levítico 27; Números 18 e
Deuteronômio 12; 14; 26. Depois dos textos legais a palavra “dízimo” aparece
poucas vezes no AT. Em textos pré-exílicos posteriores à Torá a palavra ocorre
apenas em Amós 4,4 (embora 2Cr 31,5 e ss. , registre a entrega de dízimos
durante a reforma de Ezequias – {Hizkiyah
(Hizkiyahu), Y’chizkiyah
(Y’chizkiya-hu)}.
Em textos pós-exílicos, ma’aser é encontrado seis vezes em Neemias e duas vezes
em Malaquias 3 (vv. 8-10). Em Ezequiel esse substantivo é utilizado duas vezes
para designar a décima parte de uma unidade de medida
(45,11.14).
Bibliografia:
- CORLEY, Bruce, The intertestamental perspective of stewardship,
Southwestern Journal of Theology 13,19-24. – DAVID, John J., Biblical numerology
Baker, 1968. – LANDSDELL, Henry, The sacred tenth, Baker, 1955. The tighe in
Scripture, Baker, 1963, - SEGAL, J.B ., Numerais in the Old Testamente, JSS
10:2-20. – VISCHER, Lukas, Tighing in the early church, Fortress,
1966.
Agora, sim, eu posso dar a minha opinião pessoal
quanto ao fator: dízimo! Pois, uma coisa é a INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS E TEXTOS
BÍBLICOS!!! OUTRA COISA É INTERPRETAR ESSE TEXTO DEPOIS DE UM ESTUDO TÉCNICO DO
ASSUNTO...!!!! ONDE POR DESCUIDO OU MESMO POR DESONESTIDADE MUITAS PESSOAS SE
APROVEITAM DE TEXTOS..., SEM VER A ÉPOCA, PARA QUE ERA FEITO TAL ATO, “O POR
QUE?” SIMPLESMENTE ACEITAM TUDO E TODOS E ASSIM FAZEM PRÁTICAS ERRÔNEAS E SÃO
ENGANADOS....!!!! Pois o que diz a Palavra de Jo 8,32???? Agora, sim façam a
interpretação do texto, depois de verem a forma técnica do termo dizimar....e
aí, só aí, façam a interpretação do texto!!! Talvez isso não seria necessário
mas como ainda há muitas confusões sobre esse termo e somos taxados como nós que
procuramos a verdade é que estamos errados??? E os que pagam e dão o dízimo pois
dizem que é bíblico! Que se não fazerem estão roubando à “Deus”! Que o Pastor ta
certo.....e ficam fazendo carnezinhos; até aceitando cartões de crédito.....pra
que??? Para construir mais igrejas de alvenaria...??? E, quando sobra o
dinheiro!!!! O certo seria se dessem o dizimo, que todos os membros da Igreja
fossem supridos por esse dinheiro.....ou necessitados como favelas que são
destruídas, pessoas sem casas, gente que fica sem comida, com problemas nas
pernas e ficam nas ruas.....as igrejas católicas e talvez as evangélicas ficam
pedindo donativos.....!!! Para isso o “dizimo” deveria estar guardado e aí sim,
não pedir nada!! Mas, sim, distribuir ou até quem estivesse mais necessitado,
comprar terrenos em multirão e reconstruir as suas casas.....isso é só um
exemplo do que serviria o “dizimo” que é arrecadado.....!!!! Ao invés fica só
para o Pastor! Indo contra todo o estudo técnico que foi descrito acima.....!!!
Cuidado! Pois esse é apenas um dos erros...!!! O outro foi à compilação das
bíblias sem levar em conta os “NOMES” próprios da Sagrada Escritura! Pois a
mesma não é um livro de ideias humanas! Mas a Revelação e Inspiração
Divina....!!!
Estudo feito por: Anselmo (com grifos
meus). Com formação de: Bacharel em Teologia – pela Faculdade Ibetel de Suzano.
São Paulo. S. P.
Livro pesquisado:
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento.
Autores: R.
Laird Harris. Gleason L. Archer, Jr. Bruce K. Walteke.
Editora: Vida Nova. (Págs.
1182, 1183, 1184, 1185). Estudo do hebraico nº 1711. [“Façam caminhos retos para
seus pés, para que o manco não se desvie, antes seja curado!” Hb
12].
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