PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:

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"NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NINGUÉM MAIS!".

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

"NÃO LAVE SUAS MÃOS....!!!". COMO ASSIM? (UMA COISA PUXA OUTRA) QUANDO O REJEITAS ESTÁ NESSA POSIÇÃO:


Pilatos
Pôncio Pilatos foi governador (procurador) romano da Judéia nos anos 26-36. Mt 27.1-66 (v. 2*); Lc 3.1; 13.1; Jo 18.28—19.38. Ver a Introdução ao Novo Testamento.

v. versículo
Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005
NOVO TESTAMENTO
O Cristianismo, nas suas etapas iniciais, considerou o Antigo Testamento como a sua única Bíblia. Jesus, como os seus discípulos e apóstolos e o resto do povo judeu, citou-o como “as Escrituras”, “a Lei” ou “a Lei e os Profetas” (cf. Mc 12.24; Mt 12.5; Lc 16.16).
Com o passar do tempo, a Igreja, tendo entendido que em Cristo “as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17), produziu muitos escritos acerca da vida e da obra do Senhor, estabeleceu e transmitiu a sua doutrina e estendeu a mensagem evangélica a regiões cada vez mais distantes da Palestina. Dentre esses escritos foi-se destacando aos poucos um grupo de vinte e sete, que pelos fins do séc. II começou a ser conhecido como Novo Testamento. Eram textos redigidos na língua grega, desiguais tanto em extensão como em natureza e gênero literário. Todos, porém, foram considerados com especial reverência como procedentes dos apóstolos de Jesus ou de pessoas muito próximas a eles.
O uso cada vez mais freqüente que os crentes faziam daqueles vinte e sete escritos (convencionalmente chamados “livros”) conduziu a uma geral aceitação da sua autoridade. A fé descobriu, sem demora, nas suas páginas a inspiração do Espírito Santo e o testemunho fidedigno de que em Jesus Cristo, o Filho de Deus, cumpriam-se as antigas profecias e se convertiam em realidade as esperanças messiânicas do povo de Israel. Conseqüentemente, a Igreja entendeu que os escritos hebraicos, que chamou de Antigo Testamento, requeriam uma segunda parte que viesse a documentar o cumprimento das promessas de Deus. E, enfim, após um longo processo e já bem avançado no séc. V, ficou oficialmente reconhecido o cânon geral da Bíblia como a soma de ambos os Testamentos.
Divisão do Novo Testamento
Desde o séc. V, o índice do Novo Testamento agrupa os livros da seguinte maneira:
1. Evangelhos (4)(a). Sinóticos (3)Mateus
Marcos
Lucas
(b). João
2. Atos dos Apóstolos (1)
3. Epístolas (21)(a). Paulinas (13)Romanos
1Coríntios
2Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1Tessalonicenses
2Tessalonicenses
1Timóteo
2Timóteo
Tito
Filemom
(b). Epístola aos Hebreus (1)
(c). Universais (7)
Tiago
1Pedro
2Pedro
1João
2João
3João
Judas
4. Apocalipse (1)
Essa catalogação dos livros do Novo Testamento não corresponde à ordem cronológica da sua redação ou publicação; é, antes, um agrupamento temático e por autores. Talvez, deve-se ver nesse agrupamento o propósito de apresentar a revelação de Deus e o anúncio do seu reino eterno a partir da boa nova da encarnação (Evangelhos) até a boa nova do retorno glorioso de Cristo no fim dos tempos (Apocalipse), passando pela história intermediária da vida e da incumbência apostólica da Igreja (Epístolas).
A transmissão do texto
É realmente extraordinário o número de manuscritos do Novo Testamento que chegou a nós depois de tantos séculos desde que foram escritos. Ao todo, são mais de 5.000. Alguns são apenas pequenos fragmentos, tão deteriorados pelo tempo e pelas más condições ambientais, que a sua utilidade é praticamente nula. Mas são muito mais numerosos os manuscritos que, no todo ou em parte, se conservaram num estado suficientemente satisfatório para transmitir até o presente a sua mensagem e testificar assim a fidelidade dos cristãos que os escreveram.
Assim sendo, os manuscritos que conhecemos não são autógrafos, isto é, nenhum provém da mão do próprio autor. Todos, sem exceção, são cópias de cópias dos textos originais gregos ou de traduções para outros idiomas. Copistas especializados pacientemente consagrados a esse labor de muitos anos de duração, os produziram nos lugares mais diversos e no decorrer de séculos.
As cópias mais antigas até agora conhecidas são papiros que datam do séc. III, procedentes do Egito.
O papiro é uma planta abundantemente encontrada às margens do Nilo. Da sua haste, cortada e prensada, preparavam-se tiras retangulares, que se uniam formando folhas de uns 30 centímetros de largura e vários metros de comprimento. Uma vez escritas, enrolavam-se as folhas com o texto para dentro, atando-as com fios.
Os rolos de papiro eram de fácil fabricação, mas o seu manejo era incômodo. Ademais, tanto a umidade como o calor seco danificavam o material e impediam a sua prolongada duração. Por isso, em substituição ao papiro, entre os séculos II e V, se difundiu o uso de pergaminho, que era uma folha de pele de ovelha ou cordeiro especialmente curtida para poder-se escrever nela. Esse novo material, bastante mais custoso que o anterior, porém muito resistente e duradouro, permitiu, primeiro, a preparação de cadernos e, depois, o de códices, isto é, livros na forma em que os conhecemos atualmente. Entre os diversos códices da Bíblia descobertos até o dia de hoje, os mais antigos e, simultaneamente, mais completos são os chamados Sinaítico e Vaticano, ambos datados do séc. IV.
Palestina romana
Jesus nasceu em fins do reinado de Herodes, o Grande (47 a 4 a.C.). Homem cruel (cf. Mt 2.1-16) e, sem dúvida, inteligente, distinguiu-se pela grande quantidade de terras e cidades que conquistou e pelas numerosas e colossais construções com que as dotou. Entre estas, o templo de Jerusalém, do qual apenas se conservaram uns poucos restos pertencentes à muralha ocidental (o Muro das Lamentações).
Após a morte de Herodes (Mt 2.15-19), o seu reino foi dividido entre os seus filhos Arquelau, Herodes Antipas e Filipe. Arquelau (Mt 2.22), etnarca da Judéia e Samaria, foi deposto pelo imperador Augusto no ano 6 d.C. A partir de então, o governo esteve em mãos de procuradores romanos, entre eles Pôncio Pilatos, que manteve o cargo desde o ano 26 até 36. Herodes Antipas (Lc 3.1) foi tetrarca da Galiléia e Peréia até o ano 39; e Filipe (Lc 3.1), até 34 o foi da Ituréia, Traconites e outras regiões orientais do Norte (Ver a Cronologia Bíblica).
No ano 37, o imperador Calígula nomeou rei a Herodes Agripa e o colocou sobre a tetrarquia de Filipe, à qual logo acrescentou a de Herodes Antipas. Com a morte de Calígula (assassinado no ano 41), o seu sucessor, Cláudio, ampliou ainda mais os territórios de Agripa com a anexação da Judéia e Samaria. Desse modo, Agripa reinou até a sua morte (44 d.C.), praticamente sobre toda a Palestina.
Antipas foi aquele que mandou prender e matar a João Batista (Mc 6.16-29); e Herodes Agripa foi quem perseguiu a igreja de Jerusalém e mandou matar a Tiago e prender a Pedro (At 12.1-19). O Novo Testamento fala também de outro Herodes Agripa, filho do anterior: o rei que, acompanhado da sua irmã e mulher Berenice, escutou o discurso pronunciado por Paulo em sua própria defesa, em Cesaréia (At 25.13—26.32).
Por detrás de todos esses personagens se manteve, sempre vigilante, o poder romano. Roma era quem empossava ou demitia governantes nos países submetidos ao seu domínio, conforme lhe convinha. Durante a vida de Jesus e até à destruição de Jerusalém no ano 70, sucederam-se em Roma sete imperadores (ou césares). Três deles são mencionados no Novo Testamento: Augusto (Lc 2.1), Tibério (Lc 3.1) e Cláudio (At 11.28; 18.2). E há um quarto, Nero, cujo nome não é mencionado, a quem Paulo faz tácita referência ao apelar ao tribunal de César (At 25.10-12; 28.19).
A Palestina fazia parte do Império Romano desde o ano 63 a.C. Essa circunstância significara a perda definitiva da sua independência nacional. Dois longos séculos de agitação política a tinham levado a um estado de irreparável prostração moral, de que Roma, pela mão do general Pompeu, aproveitou-se apoderando-se do país e integrando-o na província da Síria.
A fim de manter a paz e a tranqüilidade nos seus territórios, Roma atuava geralmente com muita cautela, sem pressionar excessivamente a população submetida e sem forçá-la a mudar os seus próprios modelos da sociedade, nem os seus costumes, cultos e crenças religiosas. Inclusive, às vezes, a fim de pôr uma nota de tolerância e boa vontade, consentia a existência de certos governos nacionais, como os de Herodes, o Grande, e dos seus sucessores dinásticos.
O que Roma nunca permitiu foi a agitação política e muito menos a rebelião aberta dentro das suas fronteiras. Quando isso ocorria, o exército se encarregava de restabelecer a ordem, atuando com presteza e com o máximo rigor. Foi isso que aconteceu no ano 70 d.C., quando Tito, filho do imperador Vespasiano, arrasou Jerusalém e provocou a “diáspora” (ou dispersão) de grande parte da população, a fim de acabar de uma vez por todas com as revoltas judaicas iniciadas uns quatro anos antes.
O MUNDO ROMANO
Segundo a lenda, a cidade de Roma foi fundada em 753 a.C. O rei Tarquínio foi expulso dela em 509 a.C., e a cidade transformou-se em uma república, governada por uma assembléia do povo, um senado e dois cônsules que ocupavam o cargo por um ano. Em 206 a.C. Roma governava a maior parte da Itália e iniciou a guerra contra Cartago. Cartago foi destruída em 146 a.C. e Roma começou a estender seu domínio através do Mediterrâneo.
Estradas e recreações Os gregos deram ao mundo idéias que têm ajudado a dar forma a sistemas governamentais, às ciências, à medicina e às artes. O legado dos romanos é prático: caminhos, aquedutos, sistemas de encanamento e de calefação central e, claro, os banhos. São lembrados por seus “entretenimentos” públicos (corridas de carros puxados por cavalos e sangrentas lutas de gladiadores) em anfiteatros como o grande Coliseu de Roma.
O Império Romano Os romanos foram controlando pouco a pouco o que restava do Império Grego. Corinto caiu em 146 a.C.; Atenas, em 86 a.C. No séc. I a.C., Júlio César se ocupou de tomar a Gália, e Pompeu conquistou a Síria e a Palestina, ocupando Jerusalém em 63 a.C. Os romanos absorveram as idéias gregas; assim, tanto o idioma quanto a cultura e a civilização dos gregos continuaram em vigência sob o domínio romano. Em 27 a.C. acabaram os angustiantes anos de guerra. Otávio assumiu o título de “Augusto” e tornou-se, de fato, o primeiro governante do império. A “paz romana” que seguiu trouxe prosperidade e permitiu viajar com segurança. Durante o reinado de Augusto nasceu Jesus (cf. Lc 2.1).
Vida na capital Os ricos viviam bem em Roma. Tinham grandes casas com colunas de mármore e belos mosaicos no piso. As paredes estavam pintadas com afrescos. Gostavam de ir aos banhos ou aos jogos e outros entretenimentos. Uma ceia romana podia constar de sete ou mais pratos, alguns muito luxuosos (p. ex., arganaz recheado ou flamingo cozido). Os filhos dos ricos iam à escola: as mulheres a uma (até a idade de 13 anos) e os homens a outra. Os pobres viviam desconfortavelmente em blocos de apartamentos mal construídos. Não tinham encanamento nem sistema de calefação, e tinham que usar serviços sanitários (vasos sanitários) e banhos públicos. A principal comida era pão ou papas de aveia, com poucas ervas, azeitonas ou vegetais. Pretendia-se que os “entretenimentos” fizessem os pobres esquecerem-se de seus sofrimentos.
Palestina sob ocupação romana Os romanos proporcionavam benefícios aos povos que governavam: lei e ordem, um governo estável, excelentes estradas e bons edifícios públicos (oficinas, mercados, banhos e estádios). Contudo, na longínqua Judéia, a maioria das pessoas estava pouco agradecida com seus governantes romanos. Nunca puderam esquecer que eram um país ocupado. Com quatro legiões estacionadas na Palestina, havia romanos por toda a parte. E impostos: imposto sobre a “renda”, imposto sobre a comida, imposto sobre a venda de terra ou propriedades, direitos aduaneiros e imposto sobre as compras. Naturalmente, os coletores de impostos (publicanos), que trabalhavam para o censor romano e que viviam comodamente porque cobravam mais do que o devido, eram odiados. Mateus, um dos discípulos de Jesus, foi um deles (Mt 9.9; cf. Lc 19.1-10).
O exército A maioria dos soldados romanos era formada de voluntários. Assinavam por 20 anos de serviço. Usavam capacetes e couraças de ferro e tinham cravos de ferro em suas sandálias. Cada soldado estava armado com uma espada e um dardo, e carregava um escudo comprido de madeira coberta com couro. Muitos soldados eram designados a acampamentos permanentes. Esperava-se deles que, em um dia de marcha, percorressem 29 Km ou mais, carregando suas armas, suas ferramentas, sua comida e seus utensílios de cozinha. Os soldados eram submetidos a treinamentos e disciplinas rigorosas. Uma tropa estava de guarda na crucificação (Mt 27.27-37) e outra livrou Paulo de ser linchado (At 21.26-36). O NT menciona várias vezes os capitães do exército, os “centuriões”, e sempre favoravelmente (cf. Mt 8.5-13; 27.54; At 10; 27.1,42-44).
Paulo percorre o império A paz romana, os caminhos e os meios de transporte tornaram possível que os cristãos levassem a mensagem de Jesus por todo o leste do Mediterrâneo em poucos anos. Paulo era cidadão romano e usou deste direito para ser livrado do cárcere (cf. At 16.37-40). Quando a justiça judaica falhou, Paulo apelou ao imperador. Foi levado a Roma para ser julgado (At 25.11; 27–28). Todas as viagens de Paulo narradas em Atos, e todas as suas cartas, têm como fundo o Império Romano.
Configuração física da Palestina
O Jordão é o rio da Palestina. Nasce no monte Hermom e percorre o país de norte a sul, dividindo-o em dois: a Cisjordânia, ou lado ocidental, e a Transjordânia, ou lado oriental. Depois de atravessar o mar da Galiléia, corre serpenteante ao longo de uma depressão geológica cada vez mais profunda, até desembocar no mar Morto, a uns 110 km do lugar do seu nascimento e a quase 400 m abaixo do nível do Mediterrâneo.
O mar Morto, de quase 1000 km² de superfície, deve o seu nome ao fato de que a alta proporção de sal e outros elementos dissolvidos nas suas águas fazem nelas impossível a vida de peixes e de plantas. Ao contrário, o mar (ou o lago) da Galiléia, também chamado de lago de Genesaré ou de Tiberíades (cf., p. ex., Mt 4.18; 14.34 e Jo 6.1), de 145 km² de superfície e situado igualmente em uma profunda depressão (212 m abaixo do nível do Mediterrâneo), é uma grande represa natural de água doce em que abundam os peixes (cf. Lc 5.4-7; Jo 21.6-11).
A Palestina é uma terra de montanhas. Na época do Novo Testamento, quase todas as suas cidades estavam situadas em algum ponto da cordilheira que desce, desde os maciços do Líbano (3.083 m) e do Hermom (2.760 m) até os limites meridionais do país na região desértica do Neguebe. Essa cadeia só se vê cortada pela planície de Jezreel (Js 17.16), que penetra nela, deixando ao norte os montes da Galiléia e ao sul os desvios das montanhas de Samaria.
Alguns nomes do sistema orográfico da Palestina se conhecem pela menção que deles fazem os relatos bíblicos. No lado oriental do Jordão, p. ex., encontra-se o monte Nebo, de 1.146 m de altura; e, no lado ocidental, o Carmelo (552 m), o Gerizim (868 m), o monte das Oliveiras (uns 800 m) e o Tabor (562 m).
A Palestina achava-se limitada pelos desertos da Arábia e da Síria ao leste e, a oeste, pelo mar Mediterrâneo, separado das montanhas pelas terras baixas que começam na fértil planície de Sarom (cf. Ct 2.1; Is 35.2), junto ao monte Carmelo.
Populações da Palestina
Os Evangelhos e Atos dos Apóstolos mencionam um bom número de cidades, vilas e aldeias espalhadas pelo país, especialmente a oeste do Jordão e do mar Morto. Na região da Galiléia se encontravam, às margens do lago de Genesaré, Cafarnaum, Corazim e Magdala; e, mais ao interior, Caná, Nazaré e Naim.
Na região da Judéia, a quase 1.150 m acima do nível do mar Morto, eleva-se Jerusalém. Perto dela, ao sul, Belém; a leste, sobre o monte das Oliveiras, Betânia e Betfagé; e, a oeste, Emaús, mais longe, Lida e, por último, o porto de Jope. A partir daqui, descendo pelo litoral, Azoto e Gaza.
O Novo Testamento menciona também algumas cidades e vilas palestinas que não pertenciam à Judéia ou Galiléia: Cesaréia de Filipe, na Ituréia; Sarepta, Tiro e Sidom, no litoral da Fenícia; Siquém, em Samaria.
Sociedade e cultura no mundo judaico
Os relatos dos evangelistas oferecem uma espécie de retrato da forma de vida dos judeus de então. As parábolas de Jesus e as ocorrências nos percursos que fez pela Palestina destacam a importância que, naquela sociedade, representavam os trabalhos do campo. A semeadura e a colheita de cereais, o plantio de vinhas e a colheita de uvas, a produção hortícola e as referências à oliveira, à figueira e a outras árvores são dados reveladores de uma cultura basicamente agrária, completada com a criação de rebanhos de ovelhas e cordeiros, de animais de carga e, inclusive, de manadas de porcos. Por outro lado, a pesca ocupava um lugar importante na atividade dos moradores que viviam nas aldeias costeiras do mar da Galiléia.
Junto a essas profissões exerciam-se também outras de índole artesanal. Ali se encontravam perfumistas, tecelões, curtidores, carpinteiros (cf. Mc 6.3), oleiros e fabricantes de tendas de campanha (cf. At 18.3); e, certamente, também servidores domésticos, comerciantes, banqueiros e cobradores de impostos (ver Publicanos na Concordância Temática).
Nos degraus mais baixos da escala sócio-econômica estavam os peões contratados ao salário do dia, os escravos (cf. Êx 21.1-11), as prostitutas e um número considerável de pessoas que sobreviviam com a prática da mendicância.
Religião e política
A religião e a política caminham juntas no mundo judaico. Eram dois componentes de uma só realidade, expressa no sentimento nacionalista que brotava da mesma fonte, a fé no Deus de Abraão, Isaque e Jacó. A história do povo de Israel é a história da sua fé em Deus; e a sua fé é a fé em que Deus governa toda a sua história.
Por isso, o sumo sacerdote em exercício era precisamente aquele que presidia o Sinédrio, máximo órgão jurídico e administrativo da nação. Este consistia num conselho de 71 membros, no qual estavam representados os três grupos político-religiosos mais significativos da época: os sacerdotes, arrolados na sua maioria no partido saduceu; os anciãos, geralmente fariseus; e os mestres da Lei.
O Sinédrio gozava de todas as competências de um governo autônomo, salvo aquelas em que Roma se reservava os direitos de última instância. O Sinédrio, p. ex., era competente para condenar à morte um réu, mas a ordem da execução exigia o visto da autoridade romana, como sucedeu no caso de Jesus (cf. Jo 19.10).
Em relação aos partidos, convém assinalar que os fariseus eram os representantes mais rigorosos da espiritualidade judaica. Com a sua insistência na observância estrita da Lei mosaica e no respeito às tradições dos “pais” (isto é, os antepassados), exerciam uma forte influência no povo. Jesus reprovava o seu exagerado zelo ritual e o afã de satisfazer os mais insignificantes aspectos da letra da Lei, que os fazia esquecer freqüentemente os valores do espírito que a anima (cf. Mc 7.3-4,8-13. Ver 2Co 3.6).
Os saduceus representavam, de certo modo, a aristocracia de Israel. Esse partido, mais reduzido numericamente que o fariseu, era formado, em grande parte, pelas poderosas famílias dos sumos sacerdotes. Na sua doutrina, em contraste com o que ensinavam os fariseus, os saduceus mantinham “não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito” (At 23.8).
Tradicionalmente, se tem considerado que os zelotes constituíam um grupo judaico nacionalista que se rebelou contra Roma. Eram conhecidos também como cananitas. Com ambos os epítetos se identifica no Novo Testamento Simão, um dos doze discípulos de Jesus (ver Lc 6.15, nota n e cf. Mt 10.4 e Mc 3.18 com Lc 6.15 e At 1.13). Os zelotes desempenharam um papel muito ativo na rebelião dos anos 66 a 70.
À parte desses três grupos, havia outros, como os herodianos, cuja identidade não se conseguiu esclarecer totalmente. É provável que se tratasse de pessoas a serviço de Herodes, embora alguns achem que o nome se adapte melhor aos partidários de Herodes e de sua dinastia.
Os escribas, mestres da Lei ou rabinos formavam um grupo profissional e não um partido. Eram os encarregados de instruir o povo em matéria de religião. Não pertenciam, em geral, à classe sacerdotal, mas eram influentes e chegaram a gozar de uma elevada consideração como intérpretes das Escrituras e dirigentes do povo.
Pouco tempo e pouco espaço necessitou Jesus de Nazaré para realizar uma obra cujas bênçãos haveriam de alcançar a todos os seres humanos de todos os tempos e de todos os lugares. O Novo Testamento dá testemunho disso: ele é o registro que, com a mesma singeleza com que o Filho de Deus se manifestou em carne, também fala do amor de Deus e da sua vontade salvadora.
PARTIDOS RELIGIOSOS E POLÍTICOS NO SÉCULO I
PartidoCaracterísticasReferências
Fariseu (partido religioso com alguma tendência política)Doutrinas e práticasMt 9.11,14; 12.1-2; 15.2; 19.3; 23.15,23,25,29; Lc 18.11-12; At 15.5
Inimigos de JesusMt 9.34; 12.14,24; 16.1-12; Jo 9.16; 11.47-48,57
Favoráveis a JesusLc 7.36; 11.37; Jo 3.1; 7.50-51; 19.39
OutrasMt 3.7; 16.1-12; Lc 5.17,21; Jo 8.3; At 23.6-9
Saduceu (partido religioso com alguma tendência política)Doutrinas e crençasMt 22.23-32; At 23.8
Inimigos de JesusMt 16.1-12
OutrasMt 3.7; At 4.1; 5.17; 23.6-8
Zelote (partido político e religioso oposto ao Império Romano)Seu nome significa “zeloso, fanático”Lc 6.15*; At 1.13
Herodiano (partido político favorá-vel ao domínio romano)Como indica seu nome, eram partidários da família de HerodesMt 22.16*; Mc 3.6; 12.13
Samaritano (partido religioso, separado do Judaísmo)Algumas crençasJo 4.7-9,20,25
Essênio (partido religioso)Grupo separatista nascido na época helenística, provavelmente dos fariseus. Eram rigorosos observadores da Lei; consideravam que o sacerdócio era corrupto e rechaçavam muitas práticas religiosas e o sistema sacrificial judaico. Este grupo não é mencionado no Novo Testamento
Ver também Fariseus; Saduceus; Zelotes na Concordância Temática.

cf. conferir
séc. século
a.C. antes de Cristo
d.C. depois de Cristo
p. por exemplo
Km quilômetro(s)
NT Novo Testamento
m metro(s)
km² quilômetro(s) quadrado(s)
Sociedade Bíblica do Brasil: Bíblia De Estudo Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005, S. Ml 4:6
PILATOS, PÔNCIO
Governador romano da JUDÉIA, de 26 a 36 d.C. Por motivos políticos, deixou que Jesus fosse crucificado (Mt 27; Lc 13.1).

d.C. depois de Cristo
Kaschel, Werner ; Zimmer, Rudi: Dicionário Da Bíblia De Almeida 2ª Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005
JUDÉIA
PROVÍNCIA para onde os judeus voltaram depois do CATIVEIRO. A maioria dos que voltaram era da tribo de Judá, e por isso o território que ocuparam passou a ser chamado de Judéia. No tempo de Cristo, o termo se referia à parte sul das três regiões em que a província romana da Palestina era dividida. As outras duas eram Galiléia e Samaria. A Judéia fazia parte do proconsulado romano da Síria e era governada por um procurador. Media quase 90 km de norte a sul e, aproximadamente, a mesma distância de leste a oeste. Estendia-se do mar Morto ao mar Mediterrâneo e da altura de Jope até o extremo sul do mar Morto. Mesmo assim, até nessa época, o nome Judéia às vezes indicava toda a Palestina (Lc 1.5; 4.44; 7.17; At 10.37).

km quilômetro(s)
Kaschel, Werner ; Zimmer, Rudi: Dicionário Da Bíblia De Almeida 2ª Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005
PROVÍNCIA
Cada uma das regiões em que se divide um império, administrada por um representante do imperador (Et 1.1). Os atuais Estados do Brasil correspondem mais ou menos às províncias do tempo do Império.

Kaschel, Werner ; Zimmer, Rudi: Dicionário Da Bíblia De Almeida 2ª Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005
CATIVEIRO
1) Situação dos judeus quando foram derrotados e levados como prisioneiros para a Assíria ou para a Babilônia (Am 7.11).
2) Lugar onde alguém fica como prisioneiro (Ap 13.10).

Kaschel, Werner ; Zimmer, Rudi: Dicionário Da Bíblia De Almeida 2ª Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005
JUDEU
1) Morador da JUDÉIA. Os israelitas que voltaram do CATIVEIRO para a província da Judéia e os seus descendentes passaram a ser chamados de judeus porque a maioria deles era da tribo de Judá (Ed 4.12; Ne 1.2).
2) No NT o termo também é usado para aqueles que seguiam o JUDAÍSMO e que, às vezes, atacavam a fé cristã, chegando a perseguir os cristãos (Mt 28.15; Jo 1.19; 3.25; At 14.19).

NT Novo Testamento
Kaschel, Werner ; Zimmer, Rudi: Dicionário Da Bíblia De Almeida 2ª Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005
JUDAÍSMO
Sistema religioso praticado pelos judeus (Gl 1.13-14). Seus ensinamentos procedem do AT, de tradições orais antigas e do TALMUDE. O conjunto de seus ensinamentos e práticas começou a formar-se no período do CATIVEIRO, desenvolvendo-se completamente no PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO.

AT Antigo Testamento
Kaschel, Werner ; Zimmer, Rudi: Dicionário Da Bíblia De Almeida 2ª Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005
TALMUDE
Coleção de escritos dos judeus, contendo explicações e tradições referentes à Lei de Moisés. Foi escrito entre o terceiro e o sexto século da era cristã.

Kaschel, Werner ; Zimmer, Rudi: Dicionário Da Bíblia De Almeida 2ª Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005
PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO
Período de 400 anos situado entre o AT e o NT (v. o quadro da cronologia bíblica, SEPTUAGINTA e APÓCRIFOS).

AT Antigo Testamento
NT Novo Testamento
v. ver
Kaschel, Werner ; Zimmer, Rudi: Dicionário Da Bíblia De Almeida 2ª Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005
SEPTUAGINTA [LXX]
Versão do AT para o grego, feita entre 285 e 150 a.C. em Alexandria, no Egito, para os muitos judeus que ali moravam e que não conheciam o hebraico. O nome “Septuaginta” vem, segundo a lenda, dos setenta ou setenta e dois tradutores que a produziram. A Bíblia de Jesus e dos seus discípulos foi a Bíblia Hebraica, mas a LXX foi a Bíblia de Paulo e das igrejas da DISPERSÃO. A maioria das citações do AT no NT é tirada da LXX. Os livros APÓCRIFOS faziam parte do cânon da LXX.

AT Antigo Testamento
a.C. antes de Cristo
NT Novo Testamento
Kaschel, Werner ; Zimmer, Rudi: Dicionário Da Bíblia De Almeida 2ª Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005
APÓCRIFOS
Livros que o Concílio de Trento, em 1546, declarou inspirados, embora não fizessem parte do CÂNON DO AT estabelecido pelos judeus da Palestina. Os católicos chamam esses livros de “deuterocanônicos”, isto é, pertencentes ao “segundo cânon”. “Protocanônicos” (pertencentes ao primeiro cânon) são os livros do AT que os judeus da Palestina consideravam inspirados, e esses são aceitos tanto pelos católicos como pelos evangélicos. Os livros apócrifos aceitos pelos católicos são os seguintes: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico ou Sirácida, Baruque, Epístola de Jeremias, Primeiro e Segundo Macabeus e os acréscimos a Ester (Ester Grego) e a Daniel (A Oração de Azarias, A Canção dos Três Jovens e as histórias de Suzana e de Bel e do Dragão). Além desses existem outros livros que não são considerados inspirados, os quais os evangélicos chamam de PSEUDEPÍGRAFOS, e os católicos, de “apócrifos”. V. SEPTUAGINTA.

AT Antigo Testamento
V. ver
Kaschel, Werner ; Zimmer, Rudi: Dicionário Da Bíblia De Almeida 2ª Ed. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999; 2005

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