PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:

PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:
"NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NINGUÉM MAIS!".

sábado, 3 de março de 2012

AS BOAS-NOVAS: SOBRE YA'SHUA, CONTADAS POR: MATTITYAHU

O EVANGELHO SEGUNDO

MATEUS



INTRODUÇÃO



Visão geral
Autor: Mateus (Levi).
Propósito: Inspirar os remanescentes
ao serviço grato e fiel de promover o reino de Yaohu ao apresentar
Yaohushua como o tão esperado rei e apresentar o reino que ele trouxe como o
cumprimento do plano de redenção de Yaohu.
Data: 60-70 d.C.
Verdades fundamentais:
Yaohushua cumpriu as Escrituras do
Antigo Testamento.
Yaohushua é o Rei prometido (o
Messias).
Enquanto esteve aqui na terra,
Yaohushua inaugurou o reino de Yaohu.
Os seguidores de Yaohushua devem
espalhar o reino a todas as nações.
Os seguidores de Yaohushua sofrerão,
mas Yaohushua está sempre com eles.
Quando retornar, Yaohushua
completará o reino de Yaohu.


Propósito e característica
O propósito do Evangelho de
Mateus é transmitir o ensinamento autorizado de Yaohushua e sobre ele, cuja
vinda marcou o cumprimento das promessas de Yaohu. Não se trata meramente de
uma história ou biografia, uma teologia ou uma confissão, um catecismo ou um
conjunto de ensinamentos; é uma combinação de todas essas coisas. Mateus não
permite separação entre a narrativa e a teologia ou entre a teoria e a prática.
A História é a única base autêntica para a teologia, e a teologia dá o único
significado correto para a História; o mesmo vale, também, para a teoria e a
prática.


MATEUS. O prólogo e o final. Em
vez de antepor, como Lucas, um prefácio ao seu evangelho, Mateus indica o
sentido da sua obra no prólogo que abre a narrativa da vida pública de
Yaohushua (1 – 2) e no final que encerra o evangelho (28,16-20), por ocasião da
única aparição do Ressuscitado: “Toda a autoridade me foi dada no céu e
sobre a terra. Ide, pois; de todas as nações fazei discípulos, batizando-as
em nome
do Pai – (YAOHU), do Filho – (YAOHUSHUA) e do Espírito Santo – (“RÚKHA
hol – RODSHUA”), ensinando-as a guardar tudo o que vos ordeno.
Quanto a mim, eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos
tempos!” {AQUI, ENCONTRAMOS O “MAIS FORTE” – SIGNIFICADO PARA “IRMÃOS”. E,
MUITA GENTE, NÃO ENTENDE, E, DESPREZA O QUE ESTÁ AO SEU LADO E, SÓ POR ESTAR EM
UMA CONGREGAÇÃO.... ETC. JÁ ACHA ESTAR SALVO!? SENDO ASSIM, TEMOS QUE OLHAR UNS
PELOS OUTROS – QUE YAOHUSHUA É POR NÓS. ANSELMO ESTEVAN}.
Neste “manifesto” do
Ressuscitado, dois pontos mais salientes são sublinhados: a autoridade de O
UNGIDO e a função de seus discípulos.
1. Como os outros evangelhos,
o de Mateus relata a vida e o ensinamento de Yaohushua; e, a seu modo, porém
mais do que eles, explicita a “cristologia primitiva”. O Emanuel anunciado a
José (1,23), isto é, “Deus conosco”, ficará presente aos que crêem até o fim
dos tempos (28,20), como o “mestre e docente” (didata) que ele foi na terra e
continua sendo, por intermédio de seus discípulos, com uma autoridade plena que
recebeu de Yaohu – e não de Satanás (4,8-10) –, já que o Pai
tudo lhe entregou (11,27). É isto que confere ao evangelho de Mateus a
perspectiva ética que o caracteriza.
Em conformidade com as Escrituras,
este Yaohushua foi rejeitado pelos judeus, de sorte que a Boa Nova possa ser
comunicada aos pagãos. Eis o que mostra, em resumo, o prólogo. De fato, este
tem a função, mais que de narrar os acontecimentos da infância de Yaohushua, de
exprimir, a partir de antigas tradições, o sentido da vida terrena daquele que
ressurgiu dos mortos. Ao passo que, em nome de Israel e da linhagem de David, José
acolhe o Menino concebido do RÚKHA e nascido da Virgem Maria, eis que,
em decorrência da visita dos magos – prefigurações dos pagãos que
a Boa Nova convida à salvação –, Jerusalém, os sumos sacerdotes, o rei Herodes,
todos o ignoram, o rejeitam e perseguem. Em vez de adora-lo, Herodes chega a
tentar mata-lo junto com as crianças de Belém; mas Yaohushua se lhe furta e se
refugia na Galiléia, símbolo da terra dos gentios. Morte e ressurreição vêm
assim prefiguradas nesta história trágica, que finalmente desemboca na
proclamação do Evangelho aos próprios pagãos.
Com isto, Yaohushua, o Messias, dá o
remate à história de Israel. Outra maneira de Mateus manifesta-lo é a
demonstração escriturística. Ele salpica o seu texto com citações, na intenção
de mostrar que o modo de agir de Yaohushua se ilumina constantemente pela
Escritura: “Assim devia cumprir-se o oráculo do profeta” (1,22 nota). Portanto,
os que rejeitam Yaohushua enganaram-se quanto à sua pessoa: Yaohushua é
verdadeiramente o Messias esperado pelos judeus.
2. Com autoridade, este
Yaohushua deu aos Onze o encargo de anunciar a Boa Nova e de fazer de todas as
nações discípulos seus. Este anúncio é primeiro o do “Reino dos céus”, conforme
a expressão que caracteriza o primeiro evangelho e que, aliás, se situa dentro
da tradição judaica sobre o Reino de Deus. Yaohu é, de fato, o soberano que
permanece presente a seu povo e que, em momentos oportunos, intervém com
autoridade no curso da história. Tal modo de falar provém de certo, em parte,
do regime político de Israel no decorrer dos séculos; a ocupação romana só
consegue acirrar o sonho de uma intervenção soberana de Yaohu; sim, só Yaohu é
nosso Rei, compraziam-se em dizer os judeus da época. Mas, se Yaohushua mantém
a expressão “Reino dos céus”, não o faz no sentido de uma libertação política;
ainda menos no sentir de Mateus, pois ele refere estas palavras depois da morte
de Yaohushua e, por isso, não pode contar com a realização por Yaohushua de tal
sonho.
Em Mateus, a expressão tornou-se
técnica, para designar a soberania de Yaohu sobre o seu povo; ela é mesmo
empregada em sentido absoluto, quando Yaohushua anuncia “os mistérios do Reino”
(13,11). Alhures – em Lucas ou em João – ela foi comumente reinterpretada e
significa: vida eterna, céu. Eis por que, em Mateus, a expressão permaneça
ambígua. Assume tanto o significado de “reinado” como, às vezes, de “reino”,
quando vem introduzida por um verbo que significa “entrar no” (3,2 nota). Ela
não visa simplesmente ao futuro, mas igualmente ao presente. As parábolas do
Reino (13) indicam as suas características: inaugurado pelo gesto do semeador,
deve frutificar até a messe final, de maneira misteriosa e a despeito dos
fracassos ocasionais. Em razão desta perspectiva escatológica, o Reino de Yaohu
não pode, pois, identificar-se com a Igreja, mesmo se o termo “Igreja” (16,18;
18,18) designa a comunidade dos discípulos que anunciam o Reino e lhe produzem
os sinais. Esta comunidade tem por lei o serviço mútuo (18,12-14) e detém, com
Pedro, as chaves do Reino (16,16; 18,19). Embora saiba que o Reino já está
inaugurado, ela ora, ainda hoje e sempre: “Faze com que venha o teu reino!”
(6,10).


Composição literária. Mateus
trabalhou baseado em fontes que lhe são comuns com Marcos ou Lucas; mas, dentro
do quadro desta semelhança geral, oferece uma narração bem diferente da de
Marcos, quer pelo número e amplidão dos elementos que lhe são próprias (p. ex.,
1 – 1; 5 – 7; 11,1-30; 13,24-30.36.52; 18,10-35; 28,9-20), quer pela liberdade
com que utiliza certas matérias que lhe são comuns com Marcos (compare-se, p.
ex., Mt 4,1-11 com Mc 1,12-13; Mt 8,23-27 com Mc 4,35-41; Mt 9,9-13; com Mc
2,13-17; Mt 14,13-21 com Mc 6,32-44; Mt 16,13-20 com Mc 8,27-30; Mt 21,18-19
com Mc 11,12-14; Mt 21,3-46 com Mc 12,2-12; Mt 24,1-36 com Mc 13,1-37), quer
finalmente por um conjunto de elementos que ele hauria com toda a
verossimilhança de uma coletânea de palavras de Yaohushua que também Lucas deve
ter empregado (p. ex., 3,7-10; 7,7-11; 11,4-6; 12,43-45). É difícil precisar
até que ponto essas fontes já foram anteriormente inseridas em agrupamentos
mais amplos, mas pode-se, pelo confronto com Marcos e Lucas, constatar o modo
de Mateus compor.
1. As suturas cronológicas, exceto
em 4,17 e 16,21, normalmente carecem de valor (cf. 3,1 nota). As indicações
topográficas costumam ser bastante vagas e não autorizam a composição de um
itinerário minucioso; graças a elas, entretanto, o leitor se vê colocado ante
uma trajetória histórica e não ante uma mera sucessão de cenas. Mateus gosta de
engastar uma narrativa ou uma sentença dentro da repetição de uma mesma
palavra, procedendo assim a uma “inclusão” (6,19 e 6,21; 7,16 e 7,20; 16,6 e
16,12); emprega o paralelismo sinonímico ou antitético, por exemplo, sob
a forma de quiasmo (16,25); não receia repetir as mesmas fórmulas (8,12;
22,13; 25,30), o mesmo fraseado para designar igual realidade (8,2 e 9,18; 9,4
e 12,25) ou a mesma palavra na boca de locutores diferentes (3,2; 4,17; 10,7).
Suas narrações se caracterizam comumente pela brevidade: o anedótico de Marcos
desaparece para dar lugar a uma apresentação catequética, que é sóbria e até
hierática (comparem-se as narrativas de cura da sogra de Pedro em Mt 8,14-15 e
Mc 1,29-31).
Mateus gosta de compor conjuntos por
agrupamentos numéricos (assim são privilegiados os números 7, 3 ou 2) ou por
meio de encadeamentos (assim 18,4-6). Ao passo que Marcos e Lucas se contentam
com justapor as suas fontes. Mateus colige palavras e narrativas (assim 8,5-13
comparado com Lc 7,1-10 e 13,28-29), visando a um sentido mais profundo. Gosta
de combinar ensinamentos analógicos: assim, insere o “Pai-nosso” num conjunto
que já formava uma composição acabada (6,7-15 em 6,1-18) e compõe “discursos”
conferindo-lhes caráter exaustivo (assim 10,17-42; 13,35-53; 25). Ao conjunto
de milagres que constitui 8,1-17, Mateus acrescenta outras séries de milagres
(8,23 – 9,8 e 9,18-34); aos três anúncios do destino do Filho do Homem,
acrescenta desenvolvimentos que amplificam o ensinamento de Yaohushua (assim
18,5-35; 19,1 – 20,16).
Finalmente e sobretudo, sempre na
ordem da composição literária, são de notar os cinco grupos que se denominam,
por falta de termo melhor, os “discursos” de Yaohushua. São conglomerados de
palavras de Yaohushua que constituem a trama do evangelho e são pontuados pela
cláusula aposta a cada um deles: “Ora, tendo Yaohushua concluído essas
instruções” (cf. 7,28 nota). Esses “discursos” apresentam sucessivamente a
“justiça do Reino” (5 – 7), os arautos do Reino (10), os mistérios do Reino
(13), os filhos do Reino (18), a vigilância e fidelidade requeridas na espera
da manifestação final do Reino (24 – 25).
2. A partir dessas evidentes
características de estilo, o leitor tenta realizar agrupamentos mais vastos.
Mas então, já não é Mateus que o exige; é o leitor que o propõe. Por isso, a
presente tradução não quis impor grandes divisões ao texto do evangelho. Aqui,
todavia, julgamos útil assinalar três tipos de divisão, três “planos” de Mateus
propostos pelos críticos.
a) O mais simples,
aparentemente, é o plano geográfico, análogo ao que se julga descobrir em
Marcos; ministério de Yaohushua na Galiléia (4,12 – 13,58); atividade de
Yaohushua nas regiões limítrofes da Galiléia, seguida da viagem a Jerusalém
(14,1 – 20,34); finalmente, ensinamento, padecimentos, morte e ressurreição de
Yaohushua em Jerusalém (21,1 – 29,20). A dificuldade provém do fato de ninguém
conseguir mostrar que Mateus tinha alguma intenção teológica específica ao
mencionar esses vários lugares; assim, a divisão geográfica talvez não passe de
uma moldura dentro da qual foram agrupadas as diversas matérias.
b) Outros autores estabelecem
o plano de acordo com os “cinco discursos” destacados por Mateus graças às
cláusulas anteriormente indicadas. De fato, há aí cinco conjuntos em que se
encontra compendiado o ensino de Yaohushua; mas será que eles permitem
distribuir os assuntos dentro de uma alternância narração-discurso? Tal
correspondência só é fácil de mostrar para 11 – 12 e 13; mas, nesta hipótese,
será realmente possível qualificar 11 – 12 de narrativa, já que estes capítulos
formam uma série de pequenos discursos apenas situados no espaço e no tempo?
Quanto aos outros conjuntos, não se pode estabelecer uma relação estreita entre
3 – 4 e 5 – 7, nem entre 14 – 17 e 18; e unir 8 – 9 com 10 ou 19 – 23 com 24 –
25 é forçar o texto. O Evangelho de Mateus não é um catecismo ilustrado com
exemplos; narra uma existência histórica que tem alcance doutrinal.
c) Outros pensaram que Mateus
quis reproduzir, sobre uma trama histórica, o drama da existência de Yaohushua.
Tendo-se em conta os “sumários” (4,12-17; 12,15-21...), os encadeamentos
(12,15-21 e 3,13-17; 11,1 – 12,50 e 8,1 – 9,34) as anotações topográficas
dominantes (8,1 – 9,34; 14,1 – 16,20; 20,29 – 28,20) ou recessivas (11,1 –
12,50; 16,21 – 20,28), a variedade dos auditórios – predominância da multidão
(8,1 – 9,34), dos inimigos (11,1 – 12,50; 21,23 – 23,46) –, pode-se distribuir
o conjunto em duas grandes partes.
Na primeira (3,1 – 13,58),
Yaohushua se apresenta, mas o povo judeu se recusa a crer nele. Todo-poderoso
em obras e palavras (4,12 – 9,34), envia seus discípulos a anunciarem a Boa
Nova (9,35 – 10,42); efetua-se então a opção pró ou contra
Yaohushua: os ouvintes são convidados a discernir o evento que se
realiza, nos milagres anteriormente narrados (11 – 12) ou no novo
ensinamento em parábolas (13). No fim, Yaohushua é rejeitado pelos seus
(13,53-58).
Na segunda parte (14 – 28),
Yaohushua percorre o caminho que o leva pela cruz à glória da Ressurreição.
Dois movimentos animam esta narrativa: um, com base geográfica (14,1 – 16,20),
depois com base doutrinal (16,21 – 20,34), permite que Yaohushua ministre à sua comunidade um ensinamento
particular. O outro sucede em Jerusalém, onde Yaohushua faz uma entrada majestosa
e toma posse do Templo (21,1-22); depois disto, ele enfrenta seus inimigos:
manifesta em três parábolas o desígnio de Yaohu (21,18 – 22,14), sai vitorioso
das controvérsias e ciladas que lhe armam (22,15-46) e denuncia a hipocrisia
dos escribas e fariseus (23). Depois, Yaohushua anuncia o julgamento do mundo inteiro (24 –
25); deixa-se julgar e condenar pelos homens (26 – 27). Finalmente, Yaohu o
ressuscita (28).
De sorte que Mateus relata um drama.
Yaohushua exigia do povo judeu uma adesão incondicional à sua pessoa;
proclamava a admissão dos pagãos no Reino dos céus. Este encontro deveria ter
sido o arremate do destino do povo de Yaohu; mas em conseqüência da recusa de
Israel, tornou-se separação, arrancamento. Desde então, a comunidade dos
discípulos, fiel ao ensinamento de Yaohushua ressuscitado, é o verdadeiro povo
de Yaohu que, subtraído à prepotência dos arrendatários rebeldes, deve produzir
os frutos esperados por Yaohu (21,43).


A comunidade de Mateus. Pela
escolha do seu material, bem como pela ordenação do mesmo, o Evangelho de
Mateus desvenda as preocupações do ambiente em que foi dado à luz. Indiquemos
três aspectos do mesmo.
1. Mateus é o evangelista que mais
insiste na lei, na Escritura, nos costumes judaicos; por exemplo, introduz por
conta própria referência às três grandes práticas de piedade judaicas (esmola,
oração, jejum); à diferença de Marcos (7,3-4), não sente necessidade de
explicar tais usos; finalmente, Yaohushua se dirige com prioridade ao seu
povo (10,6; 15,24). Mas esta insistência na lei é corrigida por outra, sobre a
plenificação que a lei deve receber e que a Escritura aponta na própria pessoa de Yaohushua; e, por fim sobre os
abusos gerados pelas tradições farisaicas. Tudo é submetido a uma
reinterpretação radical, como mostram as “antíteses” do Sermão da Montanha, no
cap. 5. Mateus insiste na passagem da Boa Nova aos pagãos; o que lhe interessa
é, portanto, a explosão do evangelho no âmbito do mundo inteiro; todos os
homens serão chamados a juízo pelo Filho do Homem (25,31-46), todas as nações
serão convidadas a receber o ensinamento de Yaohushua (28,19).
2. Em Mateus, diversamente de
Marcos, os discípulos ocupam um lugar único na economia da Revelação; são
profetas, sábios e escribas da nova lei (13,52; cf. 23,34), mas, ao atenuar
seus traços fisionômicos históricos, Mateus aplicou-se em fazer deles tipos
duradouros: assim, eles prefiguram o comportamento de qualquer discípulo do
porvir, até mesmo quando se mostram homens de pouca fé (8,26; 14,31; 16,8;
17,20).
3. Finalmente, o retrato de O UNGIDO
é influenciado pela comunidade remanescente de Mateus. Já indicamos como
Yaohushua cumpre as Escrituras, justificando com isto o desígnio de Yaohu e
fundamentando a apologética remanescente. Além disto, Mateus, com uma
insistência que lhe é peculiar, apresenta Yaohushua como Mestre, o Docente por
excelência (5,2.19; 7,29; 21,23; 22,16; 4,23; 9,35; etc.). Em Marcos, este
termo tem o sentido geral que lhe é comum no mundo antigo; em Lucas, vê-se
Yaohushua a ensinar os seus discípulos a orar (Lc 11,1); em João, o seu
ensinamento refere-se sobretudo à sua própria pessoa (Jo 8,20.28). Em
Mateus, o Mestre ensina principalmente a nova “justiça”, ou seja, uma
fidelidade nova à lei de Yaohu (5,19-20; 7,29; 15,9; 28,20); dela é o
intérprete “escatológico”, revestido da “autoridade” suprema de Yaohu, a fim de
apartar seus ouvintes das “tradições humanas” cujos guardiães são os escribas
(15,9) e ensinar-lhes uma nova perfeição (5,48; 19,21).
Desde o início do evangelho, Yaohushua
é O UNGIDO, filho de David, Filho do próprio Yaohu. Na sua
qualidade de Filho de Yaohu e UNGIDO - CHRISTÓS, Yaohushua
é o “didata”, o intérprete decisivo da vontade de Yaohu. Daí se
compreende como o discípulo já o chame, da mesma forma que um remanescente,
YHWH – YAOHU – O ETERNO [esta é a minha forma de
entender de um verdadeiro remanescente. Pois, veja como o livro chamaria o Filho
de Deus depois dos parênteses]: Livro: (Daí se compreende como o
discípulo já o chame, da mesma forma que um cristão, “Senhor”). {O QUE
DISCORDO TOTALMENTE DA FORMA “SENHOR” – COMO JÁ EXPLICADO NAS APOSTILAS
ANTERIORES E PELO FATO DO “CRISTÃO”, DA FORMA ERRÔNEA DA PALAVRA “CRISTO” – JÁ
EXPLICADA, TAMBÉM, NAS APOSTILAS ANTERIORES DO TERMO = “PAGÃO”...!!}. ANSELMO
ESTEVAN. , e que Mateus omita os traços que em Marcos descrevem a
cólera de Yaohushua, sua irritação ou ternura; O UNGIDO ostenta uma dignidade
muito mais consistente do que em Marcos (compare-se Mt 13,35 e Mc 6,3; Mt 15,33
e Mc 8,4...).


Destinatário, data, autor. Para
os antigos Pais da Igreja, a coisa era simples: o primeiro evangelho fora
escrito pelo apóstolo Mateus “para os fiéis provenientes do judaísmo”
(Orígenes). Muita gente ainda pensa assim, embora a crítica moderna atente mais
à complexidade do problema. Diversos fatores permitem localizar o primeiro
evangelho. Parece evidente que o texto atual reflete tradições aramaicas ou
hebraicas: vocabulário tipicamente palestino (ligar e desligar: 16,19; jugo a
carregar, reino dos céus...), expressões estas que Mateus julga inútil,
explicar a seus leitores, diversos usos judaicos (5,23; 12,5; 23,5.15.23). Por
outra parte, parece evidente que este evangelho não é uma simples tradução de
um original aramaico, mas revela uma redação grega. Embora tipicamente
impregnado de tradições judaicas, não se pode afirmar que sua proveniência seja
palestina. Comumente, estima-se que tenha sido escrito em Antioquia (Inácio
refere-se a ele pelos inícios do século II) ou na Fenícia, pois nestas regiões
vivia um grande número de judeus. Finalmente, pode-se entrever uma polêmica contra
o judaísmo sinagogal ortodoxo dos fariseus, tal como se manifesta na assembléia
sinagogal de Jâmnia pelos anos 80. Em tais condições, numerosos são os autores
que datam o primeiro evangelho dos anos 80-90, quiçá um pouco mais cedo; não se
pode obter total certeza a tal respeito.
Do seu autor, nada diz o evangelho.
A mais antiga tradição eclesiástica (Pápias, bispo de Hierápolis, primeira
metade do século II) o atribui ao apóstolo Mateus-Levi. Grande número de Padres
(Orígenes, Jerônimo, Epifânio) seguem-lhe a opinião, e certos autores quiseram
deduzir daí que se pode atribuir ao apóstolo uma primeira forma, aramaica ou
hebraica, do nosso Mateus grego. Mas o estudo do evangelho não confirma essas
hipóteses, sem todavia invalidá-los radicalmente. Por isso, na falta de
conhecer com precisão o nome do autor, convém contentar-se com alguns traços
delineados no evangelho mesmo: o autor se reconhece na sua obra. Versado nas
Escrituras e tradições judaicas, conhecendo, respeitando, mas interpelando
rudemente os chefes religiosos do seu povo, perito na arte de ensinar e fazer
“compreender” Yaohushua a seus ouvintes, insistindo sempre nas conseqüências
práticas do seu ensinamento, ele corresponderia bastante aos traços
característicos de um letrado judeu feito remanescente, um “dono de casa que
tira do seu tesouro coisas novas e velhas” (13,52).


Atualidade do primeiro evangelho.
Desde o século II, o Evangelho de Mateus foi considerado como “o evangelho
da Igreja”, talvez devido às tradições que refere acerca da “Igreja” (16,18 e
18,18) ou, mais provavelmente, devido à riqueza e ordenação de sua
documentação. Ainda hoje pode sê-lo, sob condição de não se lhe pedir o que não
quer nem nos pode dar. Ao interpelar a sua Igreja, Mateus pouco se importa com
reproduzir ao pé da letra a linguagem do tempo de Yaohushua; identifica-se tão
bem com a voz de sua Igreja, da qual é intérprete, que dificilmente se consegue
ouvir a “testemunha ocular”. Por isso, em vez de recorrer a ele primeiramente
para reconstituir uma história do tempo de outrora, é mister ler nele o
evangelho da atual comunidade de Mateus. A melhor maneira de escuta-lo será
assumir a atitude do crente tal como Mateus o descreve. Outrossim, o leitor não
se deve incomodar com o caráter semitizante do seu estilo, por exemplo
lastimando que ele se ache jungido a um pesado aparato de citações
escriturísticas. Tomadas essas precauções, Mateus fala muito adequadamente ao
REMANESCENTE de hoje.
Evangelho da plenificação de
Israel por Yaohushua, Mateus manifesta o enraizamento da Igreja em sua tradição original. A Igreja não é um “novo
Israel”, mas o “verdadeiro Israel”; ela não sucede a Israel, mas indica
a direção em que o Israel não convertido a Yaohushua deve avançar para alcançar
sua culminação e, em sentido oposto, ela deve descobrir neste Israel as suas
próprias raízes.
Ao omitir a identificação da Igreja
com o Reino dos céus, Mateus recorda à Igreja de hoje sua verdadeira
fisionomia. Sem dúvida, a instituição é necessária para que a comunidade de
Yaohushua sobreviva, mas ela é provisória: o Reino de Yaohu é, por si só, o que
dá sentido à Igreja, situando-a no seu lugar próprio com referência a Yaohu e a
Yaohushua – O UNGIDO, que agem na história dos homens.
O REMANESCENTE hodierno é convidado
por Mateus a assumir a atitude dos discípulos do tempo de Yaohushua. Com eles,
pode reconhecer o seu YHVH todo-poderoso, e ouvir que se lhe lance em
rosto a própria incredulidade, mas também receber a missão de anunciar a Boa
Nova até os confins do mundo. Assim, atualiza-se a relação do crente com o seu
YHVH – ETERNO – Yaohushua.
Num mundo em devir, o Ressuscitado
manifesta a sua presença e convida os crentes a voltarem incessantemente aos
ensinamentos que ele ministrou durante sua vida terrestre: a identidade entre O
UNGIDO ressuscitado e Yaohushua de Nazaré tornado presente pelo evangelho, tal
é o núcleo do testemunho de Mateus.

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