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"NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NINGUÉM MAIS!".

sábado, 3 de março de 2012

O QUE SÃO AS: CARTAS GERAIS?

CARTAS
GERAIS:

(AS EPÍSTOLAS CATÓLICAS).

INTRODUÇÃO



{NVI: “As sete cartas que seguem Hebreus
– Tiago, 1 e 2Pedro, 1 e 2 e 3João e Judas – têm sido muitas vezes designadas como “cartas gerais”. Essa expressão remonta ao historiador da
Igreja primitiva Eusébio (c. 265-340 d.C.), que, na sua História eclesiástica
(2,23-25), primeiramente se referiu a essas sete cartas como “epístolas católicas” empregando a palavra “CATÓLICA” no sentido de “UNIVERSAL”}.

A Bíblia de Jerusalém: Sete epístolas do NT que não são de Paulo,
foram, por causa disso, reunidas bem cedo numa mesma coleção, não obstante a
sua origem diversa: uma de Tiago, uma de Judas, duas de Pedro, três de João.
Seu título, muito antigo, de “católicas”, deriva, sem dúvida, do fato de a
maioria delas não ser dirigida a comunidades ou pessoas em geral.

A epístola de Tiago não
foi aceita senão progressivamente na Igreja. Se sua canonicidade não parece ter
criado problemas no Egito, onde Orígenes a cita como Escritura inspirada,
Eusébio de Cesaréia, no começo do séc. IV, reconhece que ela ainda é contestada
por alguns. Nas Igrejas de língua siríaca, foi apenas no decurso do séc. IV que
ela foi introduzida no cânon do NT. Na África, Tertuliano e Cipriano a
desconhecem e o catálogo de Mommsen (cerca do ano 360) ainda não a contém. Em
Roma, ela não figura no cânon de Muratori, atribuído a sto. Hipólito (pelo ano
200) e é muito duvidoso que ela tenha sido citada por são Clemente de Roma e
pelo autor do Pastor de Hermas (cf. mais adiante). Portanto, ela não se impõe
no conjunto das Igrejas do Oriente senão pelo fim do séc. IV.
Quando as Igrejas
aceitam a canonicidade desta epístola, identificam comumente seu autar com
aquele Tiago “irmão de Yaohushua – YHVH” (Mt 13,55p; cf. 12,46 +), cuja função
tão marcante na primeira comunidade de Jerusalém (At 12,17 +; 15,13-21;
21,18-26; 1Co 15,7; Gl 1,19; 2,9.12) foi coroada pelo martírio por mãos dos
judeus, no ano 62 aproximadamente (Josefo, Hegesipo). Esta personagem,
evidentemente, não se identifica com o apóstolo Tiago, filho de Zebedeu (Mt
10,2p), que Herodes mandou matar em 44 (At 12,2), mas poder-se-ia pensar em
identifica-lo com o outro apóstolo do mesmo nome, o filho de Alfeu (Mt 10,3p).
Já os antigos hesitavam neste ponto e os modernos ainda o discutem,
inclinando-se pela negativa. A expressão de Paulo em Gl 1,19 foi interpretada
em ambos os sentidos.
Ademais, o verdadeiro
problema situa-se noutra parte e mais profundamente. Consiste na própria
atribuição da epístola a Tiago, “irmão do YHVH – Yaohushua”. Esta atribuição,
efetivamente, não está isenta de dificuldades. Se de fato a carta tivesse sido
composta por esta personagem de primeira grandeza, não se compreenderia bem a
dificuldade que teve para se impor na Igreja como Escritura canônica. Além
disso, ela foi escrita diretamente em grego, com uma elegância,
uma riqueza de vocabulário, um senso de retórica (diatribe) que surpreendem
bastante em um Galileu; sem dúvida, TIAGO poderia ter sido ajudado por um
discípulo de boa cultura helênica, mas esta é uma conjetura que não se consegue
provar. Enfim, e sobretudo, a epístola apresenta uma afinidade muito notável
com escritos que foram compostos no fim do séc. I ou começo do séc. II, especialmente
a primeira carta de Clemente de Roma e o Pastor de Hermas. Muitas vezes se tem
afirmado que estas duas obras utilizaram amplamente a epístola de Tiago; hoje
sempre mais reconhece que tais afinidades se explicam pela utilização de fontes
comuns e pelo fato de que os autores destas diferentes obras tinham de
enfrentar dificuldades análogas. Por isso, numerosos autores, atualmente,
situam a composição da epístola de Tiago no fim do séc. I, ou mesmo no começo
do séc. II. O caráter arcaico de sua (messiologia) se explicaria
não pela antiguidade de sua redação, mas pelo fato de ela provir de ambientes
judeu-messiânicos, herdeiros do pensamento de Tiago, irmão do
YHVH, e alheios à evolução da teologia messiânica-primitiva.
Entretanto, caso se
julgue necessário manter a autenticidade da epístola, sua composição deverá ser
datada de antes de 62, ano da morte de Tiago. Então, duas hipóteses são
possíveis, conforme a posição que se adota no tocante às relações entre Tg e
Gl/Rm a respeito do problema da justificação pela fé (cf. mais adiante). Para
certos autores, é Tiago que entra em polêmica contra Paulo, ou melhor, contra
os messiânicos que deformavam o ensinamento dele; nesse caso, ele teria escrito a sua
epístola pouco tempo antes de morrer. Para outros, que são cada vez menos
numerosos, foi Paulo que quis combater as idéias de Tiago, cuja epístola teria
sido composta então entre 45 e 50, data esta que explicaria o caráter arcaico
de sua (messiologia). O que acima dissemos dá a entender
que é pouco verossímil uma data tão antiga.
Seja qual for a sua
origem, este escrito é dirigido às “doze tribos da Diáspora” (1,1), que são
certamente os messiânicos de origem judaica, dispersos no mundo
greco-romano, sobretudo nas regiões próximas à Palestina, como a Síria ou o
Egito. Que esses destinatários sejam convertidos do judaísmo é o que confirma o
corpo da carta. O uso constante que o autor nela faz da Bíblia, supõe que esta
lhe é familiar, tanto mais que ele procede, nas suas argumentações, menos por
citações explícitas (como, por exemplo, Paulo, ou o autor da Epístola aos
hebreus) do que por reminiscências espontâneas e alusões subjacentes por toda
parte. Ele se inspira particularmente na literatura sapiencial, para extrair
dela lições de moral prática. Mas depende também profundamente dos ensinamentos
do evangelho, e seu escrito não é puramente judaico, como algumas vezes se tem
afirmado. Ao contrário, aí se encontram continuamente o pensamento e as
expressões prediletas de Yaohushua, e também desta vez, menos na forma de
citações expressas tiradas de uma tradição escrita, do que mediante a
utilização de uma tradição oral viva. Em suma, trata-se de um sábio judeu-messiânico que repensa, de maneira original, as máximas da sabedoria judaica em
função do cumprimento que elas encontraram na boca do Mestre.
Seu escrito não se
enquadra facilmente nos moldes convencionais do estilo epistolar. Constitui
antes uma homilia, uma amostra daquela catequese que devia estar em uso nas
assembléias judeu-messiânicas de seu tempo. Nele se encontra uma série de
exortações morais que se seguem com pouco nexo, ora agrupando sentenças que
tratam do mesmo tema, ora unindo as frases por meio de assonâncias verbais. São
avisos sobre a paciência nas provações (1,21; 5,7-11), a origem da tentação
(1,13-18), o domínio da língua (1,26; 3,1-12), a importância do bom
relacionamento e da misericórdia (2,8.13; 3,13 – 4,2; 4,11s), a eficácia da
oração (1,5-8; 4,2s; 5,13-18; etc.). O sacramento da unção dos enfermos tem seu
lugar teológico em 5,14s (concílio de Trento).
Dois temas principais
orientam toda essa parênese. O primeiro exalta os pobres e adverte severamente
os ricos (1,9-11; 1,27 – 2,9; 4,13 – 5,6): esta atenção para com os humildes,
os favoritos de Yaohu, prende-se a uma antiga tradição bíblica e de modo todo
especial às bem-aventuranças do evangelho (Mt 5,3 +). O segundo insiste na
execução das boas obras e acautela contra uma fé estéril (1,22-27; 2,10-26).
Sobre este último ponto encontra-se até mesmo uma discussão polêmica (2,14-26),
que muitos intérpretes julgam dirigida contra Paulo. Com efeito, é forçoso
reconhecer que existem contatos bastante notáveis entre Tg e Gl/Rm, sobretudo
na interpretação diversa de textos bíblicos idênticos referentes a Abraão. E
não é impossível que Tiago tenha querido combater, se não o próprio Paulo, pelo
menos certos messiânicos, que tiravam de sua doutrina consequências
nefastas. Todavia, dever-se manter duas coisas: primeiro, que, acima de uma
oposição superficial causada por situações diferentes, Paulo e Tiago estão de
acordo quanto ao âmago da questão (cf. 2,14 +). Segundo, que este tema de fé e
das obras, suscitado tão naturalmente pelos dados da religião judaica, pode bem
ter sido um assunto tradicional de discussão que eles terão abordado de modo
independente.

Judas, que se chama
“irmão de Tiago” (v.1), parece apresentar-se também ele, como um dos “irmãos do
YHVH” (Mt 13,55p). Nada nos obriga a identifica-lo com o apóstolo que tem o
mesmo nome (Lc 6,16; At 1,13; cf. Jo 14,22); ele mesmo também se distingue do
grupo apostólico (v. 17). Nem há necessidade alguma de imaginar uma
pseudonímia, que se justificaria dificilmente, aliás, dada à importância
medíocre da personagem escolhida para o pseudônimo.
Na realidade, esta
epístola foi aceita desde o ano 200 pela maioria das Igrejas como Escritura
canônica. O uso que ela faz de fontes apócrifas (Henoc nos vv. 7,14ss; Assunção
de Moisés no v.9) suscitou de fato algumas dúvidas desde a antiguidade mas não
deveria admirar, pois este recurso legítimo a escritos judaicos, estão em voga,
de modo algum equivale a reconhecer-lhes um caráter inspirado.
A intenção de Judas é
unicamente estigmatizar os falsos doutores que colocam em perigo a fé messiânica. Ameaça-os com um castigo divino ilustrado com precedentes da tradição
judaica (vv. 5-7) e a descrição que dá de seus erros parece também influenciada
por essas lembranças do passado (v. 11). Ela permanece, aliás, bastante vaga e
certamente não autoriza a identificá-los com o gnosticismo do séc. II. A
impiedade e a licenciosidade moral que lhes censura, particularmente suas
blasfêmias contra o YHVH Messias e os anjos (vv. 4,8-10), podem ter existido no
seio do messianismo desde o séc. I, sob o influxo das tendências
sincretistas combatidas pela Epístola aos colossenses, as Pastorais e o
Apocalipse.
Certos dados convidam,
porém, a não avançar demais pelo séc. I adentro. As pregações dos apóstolos já
pertencem ao passado (vv. 17s). A fé é concebida como um dado objetivo
“transmitido uma vez por todas” (v. 3). Parece que são utilizadas as epístolas
de Paulo. É verdade que a segunda epístola de Pedro, por sua vez utiliza a de
Judas, mas, como diremos adiante, ela pode ser posterior à morte de Pedro.
Enfim, deve-se supor como data os últimos tempos da idade apostólica.

Duas epístolas católicas
se apresentam como escritas por Pedro. A primeira, que traz no endereço o nome
do príncipe dos apóstolos (1,1), foi recebida sem contestação desde os
primórdios da Igreja: citada provavelmente por Clemente de Roma e certamente
por Policarpo, é atribuída explicitamente a Pedro a partir de Irineu. O
apóstolo escreve de Roma (Babilônia 5,13), onde ele se encontra em companhia de
Marcos, que ele chama de “seu filho”. Embora sejam muitas poucas as informações
que temos sobre o fim de sua vida, uma tradição, muito segura afirma, com
efeito, que ele se transferiu para a capital do império, onde morreu mártir no
tempo de Nero (em 64 ou 67?). Ele escreve aos messiânicos “da Diáspora”,
especificando os nomes de cinco províncias (1,1), que representam praticamente
o conjunto da Ásia Menor. O que ele diz do passado deles (1,14.18; 2,9s; 4,3)
sugere que são convertidos do paganismo, embora não se exclua a presença de
judeu-messiânico entre eles. É por isso que lhes escreve em
grego; e, se este grego, simples, mas
correto e harmonioso, parece ser de uma qualidade boa demais para o pescador
Galileu, conhecemos o nome do discípulo secretário que pode tê-lo assistido na
redação: Silvano (5,12), comumente identificado com o antigo companheiro de
Paulo (At 15,22 +).
A finalidade desta
epístola é sustentar a fé dos seus destinatários em meio às provações que os
assaltam. Houve quem procurasse identifica-las com perseguições oficiais, tais
como as de Domiciano ou mesmo de Trajano, o que suporta uma época bem posterior
a Pedro. Mas as alusões da epístola não exigem nada disso. Trata-se, antes, de
prepotências, injúrias e calúnias que os convertidos sofrem, por causa de sua
pureza de vida, da parte daqueles cujos desregramentos eles abandonaram (2,12;
3,16; 4,4.12-16).

Outra dificuldade
levantada contra a autenticidade da epístola é o uso considerável que ela
parece fazer de outros escritos do NT, sobretudo de Tg, Rm e Ef; fato tanto
mais surpreendente, porque o evangelho parece pouco utilizado. Mas as reminiscências
evangélicas são numerosas, apesar de permanecerem discretas; se fossem mais
destacadas, não faltaria quem dissesse que algum pseudônimo tentou desta forma
fazer-se passar por Pedro. Quanto aos contatos com Tiago e Paulo, não se deve
exagerar. Não aparece na epístola nenhum dos temas especificamente paulinos
(valor transitório da Lei judaica, Corpo do Messias, etc.). E muitos daqueles
que são considerados também como “paulinos”, porque nos são conhecidos
sobretudo através das epístolas de Paulo, de fato são apenas patrimônio comum
da primeira teologia messiânica (valor redentor da morte de Yaohushua, fé e
batismo, etc). Os trabalhos da crítica reconhecem sempre mais a existência de
formulários de catequeses primitivas, de florilégios de textos do AT, que podem
ter sido utilizados paralelamente pelos diversos escritos em questão, sem que
tenha havido entre eles dependência direta. Se apesar disso resta certo número
de casos determinados, nos quais 1Pe parece de fato ter-se inspirado em Rm ou
Ef, podemos admiti-lo sem rejeitar a autenticidade; Pedro não possuía a
envergadura teológica de Paulo e pode muito bem ter recorrido aos escritos
deste último, sobretudo ao dirigir-se, como neste caso, a círculos de
influência paulina. Além disso, não se deve esquecer que seu secretário Silvano
era um discípulo de ambos os apóstolos. Enfim, é justo assinalar, ao lado
destas afinidades com os escritos paulinos, as semelhanças que certos
intérpretes julgam ter descoberto entre 1Pe e outros escritos de cunho petrino,
tais como o segundo evangelho ou os discursos de Pedro nos Atos.
A carta deve ser
anterior à morte de Pedro (64 ou 67), mas talvez só alguns anos mais tarde é
que Silvano o deu por terminada, segundo as diretrizes de Pedro e sob a sua
autoridade. Isto seria até mesmo provável, se se constatasse que a epístola é
heterogênea, combinando fragmentos diversos, entre os quais uma homilia de
origem batismal (1,13 – 4,11). Mas essas distinções não conseguem ultrapassar o
nível da conjetura.
De caráter
essencialmente prático, este escrito não deixa de possuir também uma apreciável
riqueza de doutrina. Nele se encontra um maravilhoso resumo da teologia em voga
na época apostólica, teologia de comovente ardor na sua simplicidade. Uma das
idéias mestras é a corajosa perseverança nas tribulações, tendo O MESSIAS como
modelo (2,21-25; 3,18; 4,1): como ele, os messiânicos devem sofrer
com paciência, felizes se as suas tribulações provêm de sua fé e de sua santa
conduta (2,19s; 3,14; 4,12-19; 5,9), respondendo ao mal apenas com o bem, a
caridade, a obediência aos poderes públicos (2,13-17) e a mansidão para com
todos (3,8-17; 4,7-11.19). Há uma passagem difícil e compreendida pelos
exegetas de modo diverso (3,19s; cf. 4,6), conforme interpretaram a “pregação”
do Messias como um anúncio de salvação ou de castigo, e conforme reconheceram
nos “espíritos encarcerados” ou os ímpios mortos no tempo do dilúvio, ou os
anjos decaídos, de que fala a tradição bíblica e apocalíptica. Seja como for,
este ato do YHVH está bem situado no momento de sua morte, e temos aí um dos
principais lugares teológicos do dogma da descida à mansão dos mortos.

Não há dúvida de que
também a segunda epístola se apresenta como sendo de Pedro. Não apenas no
endereço (1,1) o apóstolo coloca seu nome, mas ainda alude ao anúncio de
Yaohushua a respeito de sua morte (1,14) e afirma ter sido testemunha da
transfiguração (1,16-18). Enfim, faz alusão a uma primeira carta (3,1), que
deve ser 1Pe.
Se escreve uma segunda
vez aos mesmos leitores, é com dupla finalidade: pô-los de sobreaviso contra os
falsos doutores (2) e responder à inquietação causada pela demora da
Parusia (3). Rigorosamente falando, podemos imaginar estes falsos doutores e
esta inquietação desde o fim da vida de Pedro. Mas há outras considerações que
põem em dúvida a autenticidade e sugerem uma data mais tardia. A linguagem
apresenta notáveis diferenças em relação à 1Pe. Todo o cap. 2 é uma
repetição, livre mas patente, da epístola de Judas. A coleção das epístolas
de Paulo parece já formada (3,15s.). O grupo apostólico é posto em paralelo com
o grupo profético e o autor fala como se não fizesse parte deles (3,2). Estas
dificuldades autorizam certas dúvidas que surgiram desde a antiguidade. Não
apenas o uso da epístola não é atestado com certeza antes do séc. III, mas
também alguns a rejeitavam, como o testemunham Orígenes, Eusébio e Jerônimo.
Além disso, muitos críticos modernos recusavam-se, por sua vez, a atribuí-la a
Pedro, e é difícil não lhes dar razão. Mas se um discípulo posterior se
valeu da autoridade de Pedro, pode ser que ele tivesse algum direito de o
fazer, talvez porque pertencesse aos círculos que dependiam do apóstolo, ou
então porque utilizasse um escrito proveniente dele e o adaptasse e completasse
com o auxílio de Jd. Isso não equivale necessariamente a cometer uma
falsificação, pois os antigos tinham idéias diferentes das nossas sobre a
propriedade literária e a legitimidade da pseudonímia.
Aliás, para nossa fé
basta que a epístola tenha sido seguramente aceita pela Igreja como canônica e
represente, por conseguinte, uma herança autêntica da época apostólica. Com
isto, está garantida a sua doutrina e merecem destaque particularmente a
vocação messiânica de “participação da natureza divina” (1,4), a
definição do caráter inspirado das ESCRITURAS (1,20s.) a certeza da Parusia
vindoura, não obstante a demora e a incerteza do seu dia, e o anúncio, após a
destruição do mundo pelo fogo, de um mundo novo em que habitará a justiça
(3,3-13). [Vejam bem o texto: um novo mundo, destruição pelo fogo, habitará a justiça! É aqui que entendo quando as Escrituras falam
de lago de fogo... Aqui, o “ímpio será destruído”. E, só reinará a “justiça”
que estiver com Yaohushua – O MESSIAS...! Anselmo Estevan.].

As três epistolas de João foram já
apresentadas juntamente com o quarto evangelho.

As cartas assim
designadas podem ser consideradas (na maior parte) dirigidas a públicos
generalizados, mais que a pessoas específicas ou a grupos localizados 2 e 3
João, as duas cartas que parecem mais claramente dirigidas a indivíduos, já há
muito tempo estão sendo consideradas suplementos de 1 João, que é claramente
dirigida a um público GERAL. Comparadas com as cartas de Paulo, no entanto,
todas elas (menos 3 João) são claramente gerais na natureza. Por
contraste, Paulo dirige suas cartas a destinatários como os santos de Filipos,
ou as Igrejas da Galácia, ou Timóteo ou Tito.
Conforme Eusébio
observou há muito tempo, um fato interessante quanto às cartas gerais é que a
maioria delas, em alguma ocasião, ficou entre os livros do NT que foram alvo de
alguma objeção. Tiago, 2 Pedro, 2 João, 3 João e Judas foram todas muito
questionadas antes de integrar o cânon das ESCRITURAS.

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