PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:

PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:
"NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NINGUÉM MAIS!".

sábado, 3 de março de 2012

FILEMOM

EPÍSTOLA (PASTORAL) DE PAULO A

FILEMOM



INTRODUÇÃO


Visão geral
Autor: O apóstolo Paulo.
Propósito: Interceder em
favor de Onésimo, um escravo fugitivo.
Data: Cerca de 60 d.C.
Verdades fundamentais:
Os messiânicos devem demonstrar amor uns pelos outros e perdoar-se mutuamente.
A obediência messiânica deve feita de modo espontâneo e não forçado.


Propósito e características
O propósito principal de Paulo ao redigir
essa carta era suplicar que Filemom recebesse Onésimo de volta como um irmão em
Maschiyah (vs. 12-16). Para alcançar esse propósito, Paulo relembrou Filemom da
relação fraterna que ele e Filemom compartilhavam em Maschiyah. Uma vez que
Paulo havia se afeiçoado muito a Onésimo (vs. 12,16), ele encorajou Filemom a
receber de volta o seu escravo da mesma maneira que receberia o próprio
apóstolo Paulo (v. 17).
Filemom nos proporciona
um claro exemplo de como aplicar o ensino da ESCRITURA aos problemas do dia a
dia. Segundo o exemplo de Maschiyah, Paulo agiu como um mediador por amor a
Onésimo e apontou para a unidade dos messiânicos como irmãos e
irmãs em Maschiyah como um princípio fundamental para a prática do perdão e do
amor mútuos.






EPÍSTOLAS PAULINAS:
(13ª). E, [4ª E. PASTORAL].

De todas as cartas de
Paulo que chegaram até nós, a Epístola a Filêmon é a mais breve. Contudo, não é
um simples bilhete, já que nela Paulo observa todas as regras do protocolo
epistolar vigente na época. É também a mais pessoal; mas daí não se infere que
ela seja uma simples “carta privada”. De fato, Paulo dirige-se também à “Igreja
que se reúne em casa de Filemom” (v. 2). Não estaria o motivo profundo disto no
fato de que “no Corpo de Maschiyah os assuntos pessoais já não são mais
privados”?
Desde em tempos mais
remotos, esta epístola impressionou pela delicadeza de sentimentos que Paulo
nela exprime. Nunca o apóstolo empenhou-se tanto em não fazer pesar sobre seus
discípulos o jugo de sua autoridade. Ele pede, sugere, não impõe. Com justo
título pôde Maurice Goguel qualificar esta missiva de “verdadeira obra-prima de
tato e coração”.
Foi sem dúvida de Roma
ou Cesaréia que Paulo escreveu esta carta. Seja como for, ela é contemporânea
da epístola aos Colossenses: na ocasião Paulo está preso (Cl 4,3.10.18;
Fm 9.10.13.18) e acha-se rodeado dos mesmos companheiros (Cl 4,7-14; Fm 23-24).
O seu destinatário não nos é conhecido por outras vias. Parece ter sido um
membro importante da comunidade de Colossos, à qual beneficiava com seus bens e
influência (vv. 5-7). Era um convertido de Paulo; o apóstolo recorda-lho
discretamente (v. 19); tem por ele grande estima, a ponto de chama-lo de “seu colaborador
bem-amado” (v. l).


Circunstâncias. As circunstâncias da carta permanecem um tanto obscuras. Contudo, as
várias alusões que Paulo faz permitem-nos levantar hipóteses bastante
verossimilhantes.
Onésimo, escravo de
Filemom, fugira da casa do patrão, quiçá em consequência de alguma falcatrua
(v. 18). Tendo encontrado Paulo em condições que não nos são relatadas,
afeiçoou-se a ele e foi convertido (v. 10). Paulo, por sua vez, afeiçoou-se a
Onésimo e o constituiu seu colaborador. Na carta aos Colossenses, designa-o
como “este irmão fiel e caríssimo” (4,9). Por isso Paulo o conservou junto a
si. Tal situação, porém, ao prolongar-se, corria o risco de se tornar
melindrosa: Filemom podia tomar-se de ressentimentos pela indiscrição de Paulo
que, sem ter recebido consentimento seu, nem sequer tê-lo avisado, tomara a seu
serviço o escravo fugitivo. Ademais, consoante o direito em vigor, Paulo, ao
conservar consigo um fugitivo, tornava-se cúmplice de grave infração do direito
privado. Finalmente, o próprio Onésimo arriscava-se a ser procurado e posto na
cadeia antes de, à força, o devolverem a seu dono, que podia infligir-lhe um
grave castigo. Compreende-se por isso que Paulo tenha resolvido devolver
Onésimo a seu dono. Entretanto, não se limita a devolve-lo. Envia
simultaneamente a Filemom esta missiva, na qual implora-lhe que receba o seu
escravo, não só como “um irmão muito amado” (v. 16), mas, ainda mais, como se
fosse o próprio Paulo (v. 17). Não lhe pede a alforria de Onésimo em termos
expressos, mas não duvida de que Filemom fará ainda mais do que lhe é pedido
(v. 21). Cabe a Filemom compreender o que comporta aquele “mais”. Em todo caso,
Paulo dá a entender com toda a clareza desejável que tem plena confiança de
que, alforriado ou não, Onésimo lhe seja devolvido para servir ao Evangelho.


Utilidade doutrinal. Às vezes, tem causado estranheza que uma
carta “privada”, tão pouco dogmática, tenha sido inserida no cânon das
ESCRITURAS. Mas não teria a Igreja dos primórdios conservado esta missiva por
ter percebido nela algo que não encontrava alhures sobre o proceder messiânico em face da escravatura? A hipótese parece, quando menos, plausível.
Claro está que não se deveria transformar a exegese desta breve epístola num
tratado sobre “a escravatura na perspectiva do Evangelho”. Ao escreve-lo, Paulo
só tinha em mira um caso concreto, particular, mas talvez fosse exatamente por
tratar-se, naquela ocasião, de um caso particular, que ele se abalançou a nos
dizer, acerca dos vínculos entre patrão e escravo, algo mais do que em suas
cartas mais doutrinais.
Os diversos trechos em
que Paulo aborda, em suas epístolas, o problema do relacionamento entre patrões
e escravos correm o risco de parecer tímidos (1Co 7,20-24; Ef 6,5-9; Cl 3,22 –
4,1). Não há dúvida de que, ao ouvir esses poucos versículos, o escravo do
mundo antigo encontrava neles a afirmação assombrosa da sua dignidade humana.
Mas Paulo não contesta radicalmente a instituição da escravatura como tal.
Ademais, não se pode tampouco duvidar de que Paulo afirme ousadamente que, no
Messias, todas as fronteiras ficaram abolidas, que já não há “nem escravo nem
homem livre” (Gl 3,28). Chega mesmo a escrever aos messiânicos de Roma,
senhores e escravos: “Que o amor fraterno vos una em mútua afeição” (Rm 12,10).
Mas, se garante que “diante de Yaohu”, “no Messias”, no âmago do grupo fraterno
e, especialmente, dentro da moldura das assembléias litúrgicas, todos os fiéis
são iguais e irmãos, parece não deduzir daí nenhuma consequência no plano
exterior e jurídico, o da vida civil.
Paulo distingue
indubitavelmente dois planos: “diante de Yaohu”, “diante dos homens”, mas a
Epístola a Filemom interdiz a interpretação estritamente dualista que, não
raro, se deu ao seu pensamento. De fato, embora Paulo não pretenda em parte alguma
que é preciso abolir diretamente o estatuto da escravidão, tão difundido na
época, não há como imputar-lhe a ter dito que o escravo deve permanecer
escravo, ficar na posição que lhe coube na sociedade, como se esta posição lhe
houvesse sido destinada do alto, irremissívelmente. Como bem revela T heo Preiss: “De fato, Paulo não justapõe
coisa alguma: pelo contrário, a fraternidade, a unidade no Messias apreendem esta relação senhor-escravo, despedaçam-se e a reconstituem
num plano totalmente diverso; Onésimo será considerado, não só como um ser
igual, um outro membro da Igreja, mas será membro da família de Filemom, será
integralmente irmão. Assim, não resta margem alguma de paternalismo: haverá um
fraternidade total”. Como Paulo ressalta, sera juntamente “na qualidade de
homem e na do Messias” (v. 16), que Onésimo deverá ser acolhido fraternalmente
por Filemom.
Ainda com Theo Preiss, é
permitido concluir que “se o Novo Testamento não é revolucionário no sentido
moderno, é ainda menos conservador: de fato, toda a ordem social é
desarticulada e se desfaz com a estrutura deste mundo”.


Autenticidade. Só raramente se pôs em dúvida a autenticidade desta missiva. De fato, não
se pode perceber que, além de Paulo, poderia tê-la escrito: dele é a linguagem,
o estilo, o coração (Pe. Benoît). Contudo, aqueles que pensam dever contestar a
autenticidade da Epístola aos Colossenses caem na obrigação de suspeitar também
da desta epístola; pois, como vimos, há tal conexão entre essas duas cartas,
que não se poderiam sustentar, a seu respeito duas opiniões diferentes.

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