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"NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NINGUÉM MAIS!".

sexta-feira, 2 de março de 2012

POESIAS E SABEDORIAS

INTRODUÇÃO


LIVROS POÉTICOS E DE
SABEDORIA:



(JÓ; SALMOS; PROVÉRBIOS;
ECLESIASTES; CÂNTICO).


A POESIA DO ANTIGO
TESTAMENTO.
A Bíblia hebraica considera como livros poéticos apenas
Jó, Salmos e Provérbios, enquanto na Bíblia cristã essa categoria inclui também
os livros de Eclesiastes e Cantares dos Cânticos, Nenhum desses arranjos é
inteiramente satisfatório. Por um lado, Cântico dos Cânticos, que é escrito em
forma poética, foi excluído dessa sessão da Bíblia hebraica. Por outro lado,
Eclesiastes, que é uma mistura de prosa e poesia, foi incluído nessa sessão da
Bíblia cristã. A única coisa que os cinco livros têm em comum é o fato de não
serem, estritamente falando, nem históricos nem proféticos. No entanto, uma vez
que quatro deles foram redigidos inteiramente e um parcialmente em forma
poética, tornou-se habitual chamá-los de livros poéticos. A poesia é
extremamente comum em todo o Antigo Testamento, e os conceitos discutidos
abaixo se aplicam a todas as passagens nessa forma literária.
A poesia bíblica pode ser distinguida da prosa de pelo menos
quatro maneiras importantes: a regularidade das estruturas rítmicas, o uso
freqüente de figuras de linguagem, forte dependência de imagens, e expressão
emocional intensa. A concisão na fraseologia é também muito comum. Até certo
ponto, a prosa também apresenta essas características, mas elas são mais
freqüentes e perceptíveis na poesia.
Estrutura rítmica: Além de características como assonância e
consonância, a estrutura rítmica formal da poesia hebraica pode ser vista de
maneira mais clara no paralelismo, ou seja, a coordenação bastante próxima ou
associação de um verso poético com outro. Os versos paralelos são constituídos
de pelo menos dois versetos que formam um verso. O segundo verseto expande,
enfatiza ou contrasta com uma ou mais dimensões do primeiro verseto. A ideia
básica é “A, e, além disso, B” (ou, “A, mas, por outro lado, B”).
A importância dessa característica da poesia do Antigo
Testamento pode ser ilustrada pela comparação de dois registros da maneira como
Jael tratou Sísera no livro de Juízes. No relato em prosa de Jz
4,19 lemos: “Dá-me, peço-te, de beber um pouco de água, porque tenho sede.
Ela abriu um odre de leite, e deu-lhe de beber, e o cobriu”. Porém, no
relato poético de Jz 5,25 temos:
Verseto A: Água pediu ele, leite lhe deu ela;
Verseto B: em taça de príncipes lhe ofereceu nata.
No relato poético, pode-se observar claramente o ritmo do
paralelismo entre os versetos. O segundo verseto enriquece “lhe deu ela”
de forma estereofônica com “em taça de príncipes” e “leite” com “nata”.
Chama a atenção para a nata e para a taça requintada na qual Jael serviu a
iguaria de modo que o público possa ver e sentir a astúcia de Jael. Ela tratou
seu hóspede exausto da batalha como se fosse um membro da realeza a fim de
deixa-lo à vontade e torna-lo vulnerável. Nesse sentido, o relato em prosa
se concentra mais nos fatos objetivos, enquanto o paralelismo do poema cria uma
impressão mais vívida.
Figuras de linguagem: A poesia também lança mão das
figuras de linguagem com mais freqüência do que a prosa. Uma figura pode ser
definida simplesmente como uma maneira indireta de dizer alguma coisa, ou como
dizer algo intentando outro significado, de acordo com as convenções
compartilhadas pelo escritor e o leitor. É comum os poetas recorrerem a figuras
como a hipérbole ou exagero, simbolismo, metáforas,
símiles, metonímias, sinédoques, sarcasmos, ironia
e várias outras técnicas conhecidas de comunicação indireta.
O Salmo 1,3, por exemplo, emprega a símile de
uma árvore frutífera para descrever a condição favorável daqueles que meditam sobre
a Lei de Yaohu.
Ele é como árvore plantada
Junto a corrente de águas,
Que, no devido tempo, dá o seu fruto.
O Salmo 34,10 usa uma hipérbole, afirmando
a ausência absoluta de necessidades físicas a fim de transmitir a satisfação de
Davi com a resposta de Yaohu às suas orações.
Os leõezinhos sofrem necessidade e passam fome,
Porém aos que buscam o ETERNO
Bem nenhum lhes faltará.
Os leitores de poesia devem ficar atentos para a
freqüência das figuras de linguagem e para o modo como elas funcionam. Uma
leitura rígida e literal dos textos poéticos pode resultar em interpretações
enganosas.
O uso de imagens: Pode ser definido como a forma de
expressão de pensamentos que visa evocar a experiência mental de impressões
sensoriais. É evidente que a prosa se vale da imaginação para comunicar os
pensamentos do escritor, mas a poesia se apóia muito mais no poder
imaginativo da linguagem. Em vez de falar claramente sobre uma
questão, os poetas bíblicos muitas vezes conduzem seus leitores a
experiências sensoriais dos temas tratados.
O Salmo 42,7, por exemplo, retrata as dificuldades do
Salmista numa linguagem forte com os sons e sensações experimentados por alguém
que está sendo dominado pelas águas impetuosas de uma cachoeira.
Um abismo chama outro abismo,
ao
fragor das tuas catadupas;
todas
as tuas ondas e vagas passaram sobre mim.
O Salmo 23,2 retrata a proteção de Yaohu numa
expressão pitoresca de refrigério, conforto, cor e quietude.
Ele me faz repousar em pastos verdejantes.
Leva-me
junto das águas de descanso.
Os intérpretes da poesia bíblica devem permanecer
atentos ao uso freqüente de imagens. Os recursos poéticos muitas vezes
oferecem aos leitores a oportunidade de fazer reflexões profundas e
transformadoras.
Expressão emocional: A poesia bíblica também é
particularmente eficaz na expressão e evocação de uma ampla gama de emoções
apropriadas para os fiéis. Tratada da alegria e da dor, do louvor
e do lamento, do amor e do ódio; praticamente nenhuma
emoção é omitida.
No Salmo 130,1.2, por exemplo, encontramos um lamento
desesperado:
Das profundezas clamo a ti, ETERNO.
Escuta, ETERNO, a minha voz;
Estejam
alertas os teus ouvidos
às
minhas súplicas.
Ao mesmo
tempo, descobrimos louvor jubiloso no Salmo 57,7.8:
Firme
está o meu coração, ó Yaohu,
o meu
coração está firme;
cantarei
e entoarei louvores.
Desperta,
ó minha alma!
Despertai,
lira e harpa!
Quero
acordar a alva.
O enfoque emocional da poesia bíblica exige que os
intérpretes atentem para suas próprias reações emocionais a essas Escrituras.
Ao depararmos com os sentimentos intensos expressados nesses textos, somos
desafiados a submeter à Palavra de Yaohu até as nossas paixões mais profundas.




A SABEDORIA DO ANTIGO
TESTAMENTO

Dos cinco livros poéticos do Antigo Testamento, três são
de sabedoria: Jó; Provérbios e Eclesiastes. Textos
sapienciais aparecem ocasionalmente em outros livros, mas apenas de modo
limitado. Partes extensas dos livros de sabedoria são poéticos e apresentam as
características mencionadas acima. No entanto, os livros de sabedoria podem ser
distinguidos dos demais livros poéticos de várias maneiras.
Características dos livros de sabedoria: Os livros de
sabedoria apresentam pelo menos três características distintivas. Em
primeiro lugar, o termo “sabedoria” e seus sinônimos, como, por exemplo, “entendimento”,
aparecem com mais freqüência nesses livros do que nos outros. Em segundo lugar,
eles apresentam um modo comum de revelação, baseando-se mais nas observações da
vida do que em manifestações sobrenaturais visuais ou auditivas. Em terceiro
lugar, uma vez que grande parte de sua inspiração é proveniente de
observações contemporâneas da criação e das experiências humanas, a história
da salvação não é o enfoque principal desses livros. São poucas as
reflexões diretas sobre os acontecimentos redentores importantes ocorridos na
história de Israel.
Definição de sabedoria: A sabedoria pode ser definida
em dois níveis. Num nível mais superficial, a sabedoria é uma aptidão
importante, como as habilidades de sobrevivência (Pv 30,24-28), habilidades
técnicas (Êx 28,3; 36,1) e as habilidades judiciais e administrativas (Dt
1,15-18; 1Rs 3,1-28). Num nível mais profundo, porém, a sabedoria tem as suas
origens na ordem criada. As Escrituras explicam que Yaohu fez a sabedoria
existir antes do restante da criação e ela está por trás de todas as relações
naturais e sociais (Pv 3,19-20; 8,22-31). Uma compreensão maior dessa ordem
criada torna uma pessoa sábia no sentido mais completo do termo. Os sábios das
Escrituras expõem essa sabedoria cósmica sob a inspiração do Espírito de Yaohu
[RUACH HAKODESH] (Pv 25,2; Ec 12,9-12).
Embora a observação comum seja um elemento fundamental para
o processo de aquisição de sabedoria, ela não se dava de maneira isolada dos
valores religiosos. Os sábios que contribuíram para os livros de sabedoria e os
compilaram se valeram com freqüência dos ensinamentos de Moisés e Davi para
nortear suas interpretações da experiência. O sobrescrito de abertura do livro
de Provérbios, por exemplo, informa aos seus leitores: “Provérbios de Salomão,
filho de Davi, o rei de Israel” (Pv 1,1). Salomão falou como rei da aliança de
Israel; realizou a sua tarefa não apenas com um olhar atento para o mundo e os
comportamentos sociais, mas também com um coração repleto de fé proveniente de sua
herança piedosa e, portanto, dependente de uma revelação anterior. Até mesmo
Agur, o sábio prosélito de Massá, relatou como descobriu que a sabedoria só era
possível dentro da fé israelita. Citando primeiro Davi (Sl 18,30) e depois
Moisés (Dt 4,2), declarou em Pv 30,5-6:
Toda palavra de Yaohu é pura;
ele é
escudo para os que nele confiam.
Nada
acrescentes às suas palavras,
para
que não te repreenda,
e sejas
achado mentiroso.
Sabedoria didática e meditativa: O Antigo Testamento
apresenta dois tipos principais de sabedoria. A maior parte da sabedoria
didática se encontra no livro de Provérbios. Esse tipo de sabedoria costumava
ser ensinado no contexto familiar (Pv 1,8.10). Consistia principalmente de
ditos, enigmas e parábolas sapienciais (Pv 1,6) fáceis de memorizar e, muitas
vezes provocativos criados para ensinar a sabedoria prática. Mediante o
aprendizado dos provérbios, os jovens de Israel eram treinados para discernir
orientação para inúmeras situações de vida.
O valor prático da sabedoria proverbial é resultante não
apenas do conhecimento que ela apresenta de modo direto, mas também da
compreensão de que nem sempre é fácil conciliar a sabedoria proverbial com a
experiência de nosso mundo decaído.
Pv 22,29, por exemplo, diz:
Vês a um homem perito na sua obra?
Perante reis será posto;
não
entre a plebe.
Não
é preciso muita vivência para saber que existe certa dissonância entre esse
provérbio e grande parte da nossa experiência. Sabemos que o provérbio não
descreve uma série inevitável de acontecimentos, pois nem sempre as pessoas de
grande perícia são colocadas perante reis. Antes, observações da vida nos
mostram que o objetivo desse dito era incentivar o desenvolvimento de aptidões
instilando a esperança de reconhecimento. Não prometia que todas as pessoas
habilidosas obteriam tal reconhecimento. Pode-se dizer o mesmo de vários
provérbios, pois o pecado levou o mundo a ficar aquém dos padrões ideais que
costumam ser descritos na sabedoria didática. Grande parte da sabedoria
proverbial aponta para aproximações da ordem ideal experimentadas ocasionalmente e
volta os olhos dos fiéis para uma esperança além deste mundo (Pv 12,28; 14,32;
23,17-18; 24,19-20), quando tudo será corrigido pelo julgamento final. Então,
todas as dissonâncias entre a sabedoria proverbial e a experiência serão
eliminadas.
A sabedoria meditativa por sua vez pode ser vista em Jó
e Eclesiastes. Esse estilo literário explora o uso apropriado da
sabedoria proverbial chamando a atenção para o enigma da vida. Jó e Eclesiastes
ajudam os intérpretes a evitar expectativas e interpretações exageradas da
sabedoria proverbial. O livro de Jó testa a utilidade da sabedoria
proverbial para aqueles que passam por sofrimento. Onde está a justiça de Yaohu
quando os justos sofrem e os perversos usam a sabedoria proverbial para
acusa-los falsamente? Quanto da sabedoria de Yaohu os seres humanos são capazes
de compreender em tais circunstâncias? Do mesmo modo, Eclesiastes
assinala os limites da sabedoria proverbial na busca de contentamento e
significado. Por que há tão pouca alegria no fruto do trabalho árduo? De que
adianta buscar conhecimento ou adquirir riqueza se, ao que tudo indica, os
justos e perversos perdem tudo o que conquistaram quando morrem? Os dois livros
advertem contra interpretações simplistas da sabedoria didática que cria
expectativa de justiça imediata e bênçãos contínua.
Jó e Eclesiastes corroboram o valor da
sabedoria proverbial, mas também abrem caminho para uma compreensão mais
profunda e plena. Em primeiro lugar, enfatizam que os seres humanos são
seriamente limitados em sua capacidade de discernir a sabedoria de Yaohu,
especialmente com respeito às anomalias desconcertantes da vida. É o cúmulo da
insensatez acreditar que podemos, de fato, dominar a sabedoria necessária para
entender todos os caminhos de Yaohu (Jó 28; 40 – 42). Em segundo lugar, lembram
os leitores que até mesmo a aquisição de uma consciência limitada da sabedoria
exige um temor do ETERNO reverente e constante (Pv 1,7). Jó 28,28
conclui, “Eis que o temor do ETERNO é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o
entendimento”. Do mesmo modo, Ec 12,13 diz, “De tudo o que se tem
ouvido, a suma é: Tema a Yaohu e guarda os seus mandamentos; porque isto é o
dever de todo homem”. A sabedoria meditativa ressalta que o reconhecimento
das limitações humanas e da necessidade de submissão ao ETERNO nos permite
viver como pessoas sábias.


OS ESCRITOS

INTRODUÇÃO

Após a “Lei” e os “Profetas”, a Bíblia hebraica
apresenta uma terceira coletânea, que não constitui um grupo homogêneo e não
recebeu um título característico, já que foi simplesmente denominada Ketubim,
ou seja, os (demais) Escritos.
A coletânea dos Ketubim não foi mantida nos diversos
manuscritos gregos e nas listas eclesiásticas. Alguns desses livros foram
inseridos entre os livros “históricos” (Rt; Cr; Esd-Ne; Est) e “proféticos”
(Lm; Dn), e os demais passaram muitas vezes a formar um grupo de livros “poéticos”.
Nas listas hebraicas a seção dos Ketubim está sempre
presente, mas nem sempre na mesma ordem interna.
À guisa de exemplo, a lista fornecida pelo Talmud (Baba
Batra 14b) parece ordená-los segundo um princípio cronológico: Rute (que
termina com a genealogia de David), Salmos (atribuídos a David), Jó
(que alguns afirmam remontar à época da rainha de Shebá, cf. Jó 1,15), Provérbios,
Eclesiastes (Coélet), Cântico dos Cânticos, (coletânea
salomônica), Lamentações (atribuídas a Jeremias), Daniel (do
tempo do Exílio), Ester, Esdras-Neemias, Crônicas (do
período persa).
A despeito da variedade dos sistemas da classificação,
constata-se que os Salmos, Jó e Provérbios figuram sempre
juntos (freqüentemente na ordem: Salmos-Provérbios-Jó).
Analogamente, Crônicas figura sempre ou no começo
ou no fim da coleção (sendo que Esdras-Neemias ocupa sempre ou o
último lugar ou o penúltimo, respectivamente). A posição final de Crônicas
é curiosa, pois Esdras-Neemias constituem sua seqüência natural.
Esta posição já é conhecida do Novo Testamento (Mt 23,35; Lc 11,51). Dever-se-á
isto ao fato de a incorporação de Crônicas no cânon ter ocorrido mais
tarde? Ou será que se quis ordenar os livros da Bíblia de maneira a estabelecer
uma correspondência entre o primeiro e o último livro, visto que tanto o Gênesis
como Crônicas começam por um quadro do desenvolvimento da humanidade e
terminam com a promessa da salvação e do retorno a Israel (Gn 50,24-25; 2Cr
36,1-23)?
O lugar dos Cinco Rolos (Ct; Rt: Lm; Ecl; Est) é muito
instável. Todavia, em razão do costume de lê-los nos dias de festa (Cântico dos
Cânticos na Páscoa, Rute em Pentecostes, Lamentações no aniversário da queda do
Templo, Eclesiastes na festa das Tendas, Ester na de Purim), passou-se a
justapor esses cinco livros nos manuscritos, e posteriormente também nas
primeiras Bíblias impressas.

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