PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:

PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:
"NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NINGUÉM MAIS!".

sexta-feira, 2 de março de 2012

EIKHAH

INTRODUÇÃO
AO LIVRO DE:


LAMENTAÇÕES
de JEREMIAS:



INTRODUÇÃO



Visão geral
Autor: Desconhecido.
Propósito: Expressar e
orientar outros em suas expressões de lamento sobre as terríveis condições
impostas sobre Jerusalém e sobre o povo de Yaohu pelos babilônios.
Data: c. 586-516 a.C.
Verdades fundamentais:
Judá e Jerusalém
mereceram a decisão que resultou do julgamento divino a que foram submetidas.
Não fosse o alívio
proporcionado pelo lamento, a dor da destruição e do exílio seria maior do que
as pessoas poderiam suportar.
A única esperança de
libertação do sofrimento causado pelo exílio era apelar a Yaohu para que fosse
misericordioso.



Propósito e
características
O propósito de Lamentações foi cumprido na
própria execução do livro e, depois, na sua aceitação por outros como um meio
de conformar-se com a destruição de Sião. O livro apresenta três perspectivas
harmoniosas sobre a ira de Yaohu vertida em grande quantidade contra Judá por
meio dos babilônios.
Primeiro,
o livro afirma que a destruição e o exílio foram conseqüências justas do
pecado. Os profetas haviam repetidamente advertido Judá de que, se o povo
continuasse a violar a aliança que Yaohu havia feito com eles, o julgamento
aconteceria. Muito antes de Jeremias, Amós falou sobre um dia do ETERNO
contra o seu povo (Am 5,18), e esse dia havia chegado (Lm 1,12). Os
profetas haviam recorrido aos princípios da aliança, expressos mais
enfaticamente em Deuteronômio, os quais estabelecem uma forte ligação entre a
fidelidade do povo ao ETERNO e a sua permanência na Terra Prometida. Em parte,
o propósito do livro era justificar a punição de Yaohu imposta a Judá e
defender os profetas que haviam anunciado o julgamento com antecedência.
Segundo, expressar
a forte resistência emocional ao julgamento de Judá. Teria sido excessivo o
julgamento de Yaohu sobre o seu povo (2,20-22)? Seria certo ele se comportar
como um inimigo do seu próprio povo (2,4ss.)? Essas expressões honestas
tornaram o livro poderoso na sua época e o fazem poderoso ainda hoje, quando os
sentimentos de angústia e abandono novamente permeiam a alma.
Terceiro, o livro
afirma que o ETERNO ainda é um Deus de misericórdia e fidelidade (veja
3,22-36). Lamentações expressa uma fé sincera de que o exílio terá um fim.
Também expressa a esperança de que haverá reparação para a culpa de Judá e que
os seus inimigos serão julgados pelos crimes que cometeram contra o povo. Essa
esperança reflete uma compreensão da soberania de Yaohu sobre todas as nações,
uma soberania que assegurou o cumprimento de todas as suas promessas pactuais
(veja 3,37-39).



CHRISTÓS,
“O UNGIDO” –, EM LAMENTAÇÕES
(Yaohushua):

Lamentações aponta, de
diversas maneiras importantes, para além da situação do exílio, para Yaohushua.
Em sua humilhação, O UNGIDO sofreu um tipo de exílio em razão de sua expiação
substitutiva pelo povo de Yaohu. Nos dias anteriores ao seu próprio grito de
abandono como parte do seu sofrimento redentor (Mt 27,46), O UNGIDO
pronunciou o seu lamento pessoal sobre Jerusalém (Mt 23,37; Lc 13,34-45).
A exaltação de Yaohushua deu início ao fim do sofrimento do povo de Yaohu. Ele
assumiu o seu trono e continuará a reinar, subjugando, finalmente, todos os
seus inimigos. Lamentações também proporciona aos seguidores de Yaohushua um
meio de expressar os seus próprios lamentos sobre as condições de vida do povo
de Yaohu no presente. Embora Yaohushua tenha inaugurado o reino de Yaohu e a
exaltação do povo de Yaohu, a Igreja continua a sofrer privação e exílio (1Pe
1,2). Lamentações afirma que, num mundo de dor e injustiça, Yaohu ainda é
bom e que um dia ele trará toda a bondade “para os que esperam por ele”
(3,25).


LAMENTAÇÕES: 1. Na
Bíblia hebraica, o nome deste livro é tomado da primeira palavra dos dois
primeiros e do quarto poema: Eiká (lit. “Como!” também
traduzido por “Oh!”). Cf. Is 1,21; Jr 48,17. Mas o título grego, que se tornou
tradicional – inclusive no Talmud –, corresponde bem ao gênero hebraico do
“lamento”, ao lado do canto fúnebre (cf. 2Sm 1,17ss.), pode aplicar-se também a
uma catástrofe nacional. A catástrofe aqui em foco é a tomada de Jerusalém e a
destruição do Templo em 587 por Nabucodonosor, que deportou para Babilônia
parte da população. Por isso, os judeus lêem esse livro no dia nove de ab (o
quinto mês, iniciando-se o ano com a Páscoa),
que coincidência curiosa – marca não somente esse aniversário, mais
também a queda do Segundo Templo sob os golpes dos romanos. Cf. Já Jr 41,5.2.
2. A Septuaginta
atribui esta livro a Jeremias, talvez com base em 2Cr 35,25, onde, de fato, se
fala de um canto fúnebre sobre Josias. Na realidade, Lm 4,20 não se coaduna
absolutamente com aquilo que Jeremias pensava a respeito de Sedecias (Jr 24,8;
cf. 23,6). Por outro lado, a doutrina sobre a retribuição expressa em 5,7 é
combatida por Jr 31,29-30, da mesma forma que a Aliança com o Egito em 4,17 é
impugnada por Jr 37,5-7 (comparem-se Jr 2,18 e Lm 5,6); e seria contraditório
que Jeremias tenha podido pronunciar Lm 2,9. Diga-se que esse último texto é um
indício de que estes cantos foram escritos na Palestina – de onde Jeremias
esteve ausente depois da forçada fuga para o Egito (Jr 43,6) – e não na
Babilônia, onde Ezequiel tinha certa audiência (cf. Ez 8,1) e não poderia ter
sido assim ignorado. Mais: as diferenças de forma e de fundo demonstram que
talvez se trate de cinco poemas de origem diversa. Por isso, as Lamentações não
são de autoria de Jeremias; segundo alguns, elas teriam mesmo sido escritas
“contra” Jeremias e o partido pró-babilônico, que podia ser visto como o
inimigo interno enquanto se aproximava o invasor.
3. Os quatro
primeiros poemas são alfabéticos, sendo que o começo dos vinte e dois versos
alista em ordem as vinte e duas letras do alfabeto hebraico. Mas há uma leve
diferença na ordem do alfabeto entre o primeiro poema e os três seguintes; e no
terceiro, o alfabetismo é tríplice, incidindo no começo de cada um dos três
membros de cada verso. Essa técnica podia auxiliar a memorização e, além disso,
indicar que o assunto estava completamente tratado, como costumamos dizer, “de
A a Z”.
No que tange ao assunto,
as duas primeiras e as duas últimas são lamentações de cunho político; aí Sião
representada sob os traços de uma mulher (ressalvando a quinta, que é uma
queixa coletiva); mas a terceira parece ser vazada em prisma individual e
destaca um homem, cujos aspectos em sua maioria fazem pensar em Jeremias Sofredor;
é verdade que se poderia ver nesse homem uma representação do Povo inteiro, sob
os traços do profeta encarnado os sofrimentos de sua nação. Seria este, de
certo modo, o mais antigo comentário sobre os outros poemas, agora situado, em
vista dessa finalidade, no centro das lamentações nacionais.
4. O anonimato e a diversidade levantam a questão da data. É difícil
categoricamente uma determinada ordem de composição, mas está claro, em todo
caso, que todos os poemas datam de antes do fim do Exílio em 538 e, mesmo, que
muitos detalhes (notadamente no segundo e no quarto poema) revelam proximidade
com os acontecimentos de 587. Pode ser até que o primeiro poema remonte à época
da primeira deportação, em 598.
A tristeza na miséria
física e moral da catástrofe política e religiosa, o arrependimento em relação
à conduta pecaminosa, que forçou Yaohu a aniquilar o seu povo, e a esperança da
fé no ETERNO, mestre da história, infundem nesse livro uma beleza trágica e
expressam uma mensagem, que, embora ligada a estas circunstâncias particulares,
permanece atual através dos tempos.
5. As Lamentações
deploram o luto de Jerusalém (1,1.4; 2,8; 5,15): ela está prostrada em lágrimas
(1,2.16; 2,11.18; 3,48s.), em gemidos (1,4.8.11.21.22), em aflição (1,4.5.8.12;
3,32s.), em estado solitário (1,4.13.16; 3,11; 4,5; 5,18), em desnudamento
(1,8) e fome (1,11.19; 2,12.19; 4,4.5.8-9; 5,6.10).
Está ferida nos seus
seres mais queridos: as crianças (1,5.20; 2,4.11.19.20.22; 4,4.10; 5,13), as
jovens: (1,4.18; 2,4.10.21; 5,11), os jovens (1,15.18; 2,21; 4,7; 5,12.14), os
anciãos (1,19; 2,10.21; 4,16; 5,12.14), os sacerdotes (1,4.19; 2,6.20; 4,16),
os profetas (2,9.20) e os reis (1,6; 2,2.6.9; 4,20; 5,12). Está profanada em
suas realidades mais santas: o Templo (1,4.10; 2,1.4.6.7.20) e a assembléia
fiel ao Encontro divino (1,4.10; 2,6.7.22).
Em sua aflição e graças a
ela, a Cidade Santa toma consciência de seu pecado, que é revolta (1,5.14.22;
3,42), desobediência (1,18.20; 3,42), falta (1,8; 3,39; 4,6.13.22; 5,7.16) e
perversidade (2,14; 4,6.13.22; 5,7). Esse pecado, ela o confessa (3,42;
5,7.16), pecado que faz pesar sobre ela a sua mão, que não é senão a mão dos
inimigos (mais de vinte vezes nomeados) e, no fundo, a mão do próprio Yaohu
(1,14).
Com efeito, é Yaohu que
faz descobrir aos seus filhos a rejeição absoluta de todo mal, rejeição que
provoca a sua ira (1,12; 2,1.3.6.21.22; 3,43.66; 4,11), o seu furor (2,4;
4,11), a sua fúria (2,2; 3,1), sua chama aterradora (1,13; 2,3-4; 4,11). É ele,
a quem os pecadores encaram como um inimigo (2,4-5; 3,1-18.43-45): ele aflige
(1,5.12), entristece (2,1) e traga (2,1-8). Ele parece, então, longínquo
(1,16), e, todavia está sempre perto (3,57), ouve (3,56.61), vê (1,9.11.20;
2,20; 3,50.59-60.63; 5,1), se lembra (3,19; 5,1.20).
Pode-se confiar nele,
pois é justo (1,18; 3,34-36), todo-poderoso (3,37-38; 5,19), fiel (3,32),
Salvador (3,26), redentor (3,58), capaz de consolar (1,16) e tão bom (3,25) que
manifesta entranhas, que dizer, ternuras materiais, renovadas todas as manhãs
(3,22-23). A desgraça, fruto do pecado, é de sua parte a graça suprema: ela
conduz à humildade confissão e finalmente à conversão, não propriamente à
conversão que o homem pretenderia realizar por si mesmo (3,40), mas à conversão
que somente Yaohu pode operar no homem: Faze-nos voltar a Ti, ETERNO, e
voltaremos (5,21).

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