PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:

PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:
"NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NINGUÉM MAIS!".

sexta-feira, 2 de março de 2012

INTRODUÇÃO À BÍBLIA:

A BÍBLIA

PARTE I

INTRODUÇÃO
(DESCUBRA O VERDADEIRO
NOME DE “DEUS...”):


Que é a Bíblia? Um simples
olhar lançado sobre o índice basta para ver que ela é uma “biblioteca”, uma
coleção de livros muito diversos. Quando se consultam as introduções a esses
livros, a primeira impressão se confirma: distribuindo-se por mais de dez
séculos, os livros provém de dezenas de autores diferentes; uns estão escritos
em hebraico (com certas passagens em aramaico), outros em grego; apresentam
gêneros literários tão diversos quanto a narrativa histórica, o código de leis,
a pregação, a oração, a poesia, a carta, o romance.
O nome desta coleção, “os livros”
(em grego, ta bíblia), tornou-se um singular, “a Bíblia” (em grego, hê biblia).
“Os livros” chegaram a ser considerados como um único livro e até mesmo o Livro
por excelência. Por quê?

De quem provém a Bíblia? Todos
estes livros provêm de homens com uma convicção comum: Deus os destinou a
formar um povo que toma lugar na história com legislação própria e normas de vida
pessoal e coletiva. Foram todos testemunhas daquilo que Deus fez por esse povo
e com ele. Relatam os apelos de Deus e as reações dos homens (indagações,
queixas, louvor, ações de graça).
Este povo posto a caminho por
Deus foi primeiramente Israel, que apareceu na história por volta de 1200 a.C.,
envolvido – como todos os povos vizinhos – nos movimentos que agitaram o
Oriente Próximo até os inícios da nossa era. No entanto, sua religião o tornava
um povo à parte. Israel conhecia um
único Deus, invisível e transcendente; o Senhor. Exprimia a relação que o unia
ao seu Deus com um termo jurídico: a Aliança. Submetia toda a existência à Aliança e à Lei que dela decorria, e seu modo
de vida se tornava cada vez mais contrastante com o das outras nações. Toda
a parte hebraica da Bíblia se refere à Aliança, tal como foi vivida e
pensada por Israel até o século II a.C.
O antigo povo judaico, cuja
dispersão se acelerou com a destruição de seu centro religioso, Jerusalém, em
70 e 135 d.C., prolonga-se na comunidade judaica, cuja história movimentada e
frequentemente trágica se desenvolve na maior parte de tempo em terra de
exílio. As diversas tendências que o animam, todas têm por fundamento a
Escritura e notadamente a Lei, venerada como a própria palavra do Senhor. Os
judeus a leem e sobre ela fundamentam sua prática ao quadro de tradições que,
lançando raízes na vida do antigo Israel, foram redigidas após a ruína da nação
e inseridas na literatura rabínica.
Ao mesmo tempo que viu a
desaparição da nação judaica, o século I assistiu ao nascimento da comunidade
cristã, que se afastou progressivamente. Para os cristãos, a história do povo
de Deus tinha encontrado cumprimento em Jesus de Nazaré; foi por ele que Deus
reuniu as pessoas de todas as origens para formar um povo regido por uma nova
Aliança, um novo Testamento. Era uma Aliança definitiva; em contra partida,
fazia da Aliança que regia Israel uma etapa que, embora indispensável, estava
destinada a ser superada. Os cristãos denominaram-na de antiga Aliança e deram
ao conjunto dos livros bíblicos recebidos de Israel o nome de Antigo Testamento
(cf. 2Co 3,14), enquanto os livros que falavam da pessoa e da mensagem de Jesus
formaram o Novo Testamento.
Os discípulos de Jesus e seus
sucessores imediatos que redigiram o Novo Testamento viam em jesus aquele que
concretizaria a esperança de Israel e responderia à expectativa universal tal
qual expressa no seio desse próprio povo. Com toda naturalidade, utilizaram a
linguagem dos livros santos de Israel com toda a sua densidade histórica e
experiência religiosa acumulada no decorrer dos séculos. Consequentemente, a
comunidade cristã reconheceu no Antigo Testamento a palavra de Deus. As
Escrituras judaicas vieram a ser, então, a primeira Bíblia dos cristãos. Mas,
iluminado pela fé em Jesus Cristo, o Antigo Testamento tomou um sentido novo
para eles, tornou-se como que um novo livro.
Assim, judeus e cristãos se
vinculam à Bíblia, mas não a leem com os mesmos olhos. Não obstante, ela
continua a convidar os homens e mulheres de todos os países e de todos os
tempos a ingressar no povo dos que buscam a Deus no seguimento dos patriarcas,
dos profetas, de Jesus e de seus discípulos. Livro do povo de Deus, a Bíblia é
o livro de um povo ainda a caminho.

Ler a Bíblia. Os livros da
Bíblia são a obra de autores ou de redatores reconhecidos como portadores da
palavra de Deus no meio de seu povo. Muitos dentre eles quedaram no anonimato.
De qualquer modo, não estavam isolados: eram conduzidos pelo povo cujas vidas,
preocupações, esperanças partilhavam, mesmo quando se erguiam contra ele. Boa
parte de sua obra se inspira nas tradições da comunidade. Antes de receber
forma definitiva, estes livros circularam durante muito tempo entre o público e
apresentam os vestígios das reações suscitadas em seus leitores, sob a forma de
retoques, anotações e até de reformulações mais ou menos importantes. Os livros
mais recentes são por vezes reinterpretação e atualização de livros mais
antigos (como, por exemplo, as Crônicas, com relação a Samuel e Reis).
A Bíblia está profundamente
marcada pela cultura de Israel, povo que teve, como todos os outros, um modo
próprio de compreender a existência, o mundo que o circundava, a condição
humana. Exprime sua concepção do mundo, não numa filosofia sistemática, mas em
costumes e instituições, em reações espontâneas dos indivíduos e do povo,
através das características originais de sua língua. A cultura hebraica evoluiu
no decorrer dos séculos, conservando, porém, determinadas constantes.
A civilização de Israel tem
muitos pontos em comum com as civilizações dos outros povos do antigo Oriente.
Apesar disso, o antigo Oriente não explica tudo na Bíblia; a linguagem dos
livros foi modelada pela história própria de Israel, única em seu gênero.
Muitas das palavras da Bíblia – particularmente no Novo Testamento – estão
carregadas de uma experiência religiosa milenar. Para detectar toda sua
riqueza, é preciso levar em consideração o contexto de toda a Bíblia e da vida
das comunidades que prolongam a existência do antigo Israel.
Isto explica por que, muitas
vezes, é difícil para o homem de hoje compreender plenamente a Bíblia. Entre
ela e ele se interpõe uma distância considerável: o afastamento no tempo, a
diferença de cultura e, mais profundamente, a distância que um texto escrito
sempre introduz entre a mensagem original e o leitor.
Para reduzir a distância,
recorre-se à exegese, isto é, a uma explicação do texto. Cada época teve seus
métodos. De dois ou três séculos para cá, o Ocidente viu desenvolver-se uma
exegese histórica, à qual a civilização técnica forneceu instrumentos
(especialmente a arqueologia científica). Sua intenção é estabelecer com
exatidão o texto bíblico, compreender exatamente o sentido das palavras, situar
o texto em seu ambiente original. É o resultado deste vasto trabalho que as
introduções e as notas de A Bíblia – Tradução Ecumênica resumem.


A Bíblia, Palavra de Deus.
O leitor constata que a Bíblia não constitui simplesmente um antigo tesouro
literário ou uma mina de documentação sobre a história das ideias morais e
religiosas de um povo. A Bíblia não é somente um livro no qual se fala de Deus;
ela se apresenta como um livro no qual Deus fala ao homem, como atestam os
autores bíblicos.
NÃO se trata de uma palavra sem
importância para vós: é uma vida (Dt 32,47). Estes sinais foram escritos
neste livro para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que,
crendo, tenhais a vida em seu nome (Jo 20,30-31).
Nenhuma leitura poderá
desconhecer essa função do texto bíblico; essa interpelação constante, essa
vontade de transmitir uma mensagem vital e de atrair a adesão do leitor. O
leitor é livre para resistir e pode apreciar a Bíblia apenas como um literato
ou um apreciador da história antiga. Mas se ele aceitar entrar em diálogo com
os autores que dão testemunho da própria fé e suscitam a necessidade de uma
decisão, a questão fundamental, o sentido da vida, não deixará de ser
enfrentada por ele. Pois a Bíblia e a fé – à qual ela convida de modo tão
premente -, embora estejam profundamente enraizadas numa história numa história
particular e bastante longa, ultrapassam a história. Os autores bíblicos querem
ser os porta-vozes de uma Palavra que se dirige a todo homem, em todo tempo e
lugar.
Através dos séculos, as
comunidades cristãs de todas as línguas e de todas as culturas encontraram
alimento neste livro, cuja mensagem meditam e atualizam. Não é sem razão que
nos cultos ou ofícios se leem ou se cantam os Salmos, o Antigo Testamento, as
Epístolas, com o Evangelho; sua unidade é a unidade da fé. Fundada nesse
testemunho da Bíblia, a fé não deixa de encontrar ali vida e força. O leitor
(mesmo não crente) sabe que esta fé existe hoje, que ela é – nas comunidades e
algumas vezes fora delas – um certo modo de o homem viver a relação com os outros
homens e de agir no meio deles, uma modalidade particular de existir que é
fermento da história humana.
Assim, a Bíblia sempre remete o
leitor à fé vivenciada, como também a vivência da fé sempre remete à Bíblia, na
qual a fé lança suas raízes.




































ORDEM DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO:



1. As
edições protestantes correntes apresentam a seguinte ordem (p. ex., J. F. de
Almeida ):
-
O Pentateuco, Gn, Êx, Lv, Nm, Dt
-
Os Livros históricos: Js, Jz, Rt, 1 e 2Sm, 1 e
2Rs, 1 e 2Cr, Ed, Ne, Et
-
Os Livros poéticos: Jó, Sl, Pr, Ec, Ct
-
Os Profetas: Is, Jr, Lm, Ez, Dn, os Doze
(Oseias; Joel; Amós; Obadias; Jonas; Miqueias; Naum; Habacuque; Sofonias; Ageu;
Zacarias; Malaquias).

As edições católicas (p. ex., a
Bíblia de Jerusalém) seguem a mesma ordem, mas inserem: Tb e Jt após Ne; 1 e
2Mc depois de Est; Sb e Sr (Sirácida Eclesiástico) depois de Ct; Br depois de
Lm.
Esta classificação apareceu
no Concílio de Florença (1442), com a diferença de que o Concílio situa 1 e 2Mc
no fim do Antigo Testamento.
As edições da Bíblia hebraica
agrupam os livros sob três títulos: A “Lei”, os “Profetas”, os “Escritos”.
Esse uso é anterior à era cristã.
As listas gregas (grandes
manuscritos dos séculos IV e V, fornecidas pelos Padres e Concílios) apresentam
grande diversidade. O Pentateuco está sempre no começo; mas os outros livros
são classificados conforme variáveis, levando em consideração o gênero
literário, o conteúdo, e autor suposto ou os costumes locais.
Esta variedade se explica, aliás,
pela forma dos livros na antiguidade. Antes da aparição da forma códex (= páginas encadernadas em
sequência como nos livros atuais), os livros eram rolos; sendo necessários uns
vinte rolos para escrever todo o Antigo Testamento. Os bibliotecários os
ordenavam em cofres, para protegê-los. O caráter iminentemente sagrado do
Pentateuco vetava guardar outra coisa no cofre que lhe era reservado, mas
quanto à disposição dos outros rolos não havia nenhuma ordem rigorosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário